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Quando comecei a ler, não percebia muito bem o que é que a autora estava a construir. Eu sentia que estava a ler o roteiro de um filme de adolescentes do início dos anos 2000. Mean Girls, talvez.
Depois, percebi. A autora estava a pintar a protagonista como uma antagonista da sua própria história, a levar o leitor a sentir antipatia pela protagonista. E quase resultou.
Asking for it é exatamente o que promete ser: a história de uma jovem que uma noite sofre abuso seal às mãos de um grupo de homens e, devido a certas circunstâncias, tem a sua experiência questionada. “Ela estava a pedi-las” é exatamente o sentimento que a autora tenta plantar no leitor - fazer-nos parte da multidão que atacou, questionou, vitimizou repetidamente a Emma, por causa do passado dela, dos seus comportamentos e das circunstâncias. Não fosse o meu nome Rafaela, eu não teria percebido isso logo nos primeiros capítulos. Porém, abuso seal é um assunto para o qual sou sensível demais para me colocar contra a vítima. Eu estou, e sempre estarei, do lado da vítima. E isso fez com que a estratégia de O'Neill falhasse comigo. Eu estive sempre do lado da Emma.
O livro está carregado de momentos intensos e brutais. Não apenas as memórias de Emma, como também a sua experiência posterior. A violência que sofre continuamente, a sua revitimização após o sucedido, os seus pensamentos e sentimentos, a sua dor - tudo isso torna esta leitura numa experiência pesada e difícil. Eu diria que se entranha na experiência de uma vítima real e a coloca em palavras para que o leitor a sinta também.
Asking for it pode também ser definido por uma das melhores frases do livro: “Eles são inocentes até que se provem culpados. E eu sou mentirosa até que se prove que sou honesta”.
Dito isto: este livro tirou-me de um reading slump que se arrastava desde o ano passado e eu devorei-o em menos de uma semana. Li-o tão depressa que só me lembrei de o colocar no Goodreads quando o terminei.
Se gostei? Sim. Se recomendo? Sim. Mas apenas se estiverem dispostos a calçar os sapatos da Emma e deixarem que os artifícios acutilantes da autora vos transforme nos antagonistas da história.