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Reviews with the most likes.
Eu gostei muito do livro - sim, começo logo por aqui.
Aviso: esta review pode ter spoilers.
Ele não é perfeito (já falarei sobre isso), mas realmente gostei. Tem uma história leve, mas cheia de intrigas, uma protagonista com quem me consegui “relate” (relacionar? identificar?), um antagonista que nos faz roer as unhas e uma escrita fluída e interessante.
As únicas coisas de que não gostei:
- Os tempos verbais precisam de uma revisão. O parágrafo começa no passado e acaba no presente, às vezes vice versa. Às vezes os tempos verbais mudam a meio da frase. E o livro não foi revisto pela própria autora (se fosse, eu até perdoava). Essa troca constante de tempo torna-se bastante distrativa e quebra o fluxo da leitura. Eu entendo que a história se passa em dois tempos distintos e vai avançando gradualmente (e eu adorei isso, mas já falo mais à frente), mas não é a isso que me refiro. Refiro-me mesmo aos verbos e à estrutura das frases. O livro parece-me ter sido autopublicado, por isso dou vários descontos que não daria se tivesse sido numa editora.
- O Simão. Meu deus, que pessoa execrável. E aqui eu admito: é um gosto pessoal. Não é um “erro” da autora. Porque o pior sentimento que um autor pode causar num leitor é indiferença pelo personagem. Se os amamos ou de odiamos, é porque o escritor fez um trabalho muito bom. Neste caso, eu realmente odeio o Simão. Confesso que me apaixonei por ele nos flashbacks do passado, totalmente o meu tipo, e estava a shippá-los com toda a força. Mas no presente? Meu deus, eu queria dar-lhe com uma cadeira na cara. Mas a certo ponto até nas cenas do passado eu comecei a ver red flags. Aquela coisa do “tenho a certeza que te contei”? Puro gaslight para a Teresa se sentir doida. Depois de cair a máscara de menino simpático e engraçado, ele revela-se manipulador em várias cenas. Aproveita-se das inseguranças da Teresa, é um cretino, aproveita-se dela, está constantemente a dar-lhe facadas. Meu deus, como eu lhe queria bater!
- Ser tão curtinho. Quase me enrolei em posição fetal quando acabou, porque estava a gostar. Sinto que esta história poderia ter sido contada em mais páginas, mais momentos, talvez mais cenas com as amigas dela em vez de girar tanto em redor dela e do Simão, porque a Teresa parece mais complexa do que apenas a sua vida amorosa. Eu gostaria de saber mais sobre ela e sobre a sua vida, sobre as suas amizades, sobre o que faz da vida, sobre o que anda a fazer quando não está a ser exposta pelo ex-namorado.
- O final. Tendo em conta todo o meu rant ali em cima sobre o Simão, isto não deve ser um choque.
Coisas de que eu gostei:
- A narrativa não linear: eu adoro uma boa narrativa fora do habitual e esta aqui não foi exceção. Adorei a forma como o livro se divide entre o passado e o presente, mas o passado vai avançando gradualmente. E a melhor parte é que uma pessoa não se perde, o que é muito fácil neste tipo de narrativas.
- Murakami!!!!!!!
- Aquele pormenor de o Simão ainda se lembrar que a bebida favorita da Teresa era chá. Fiquei tocada, achei fofo, mesmo que já detestaste o Simão nesse ponto.
- As patadas da Margarida. Meu deus, como eu gostava que tivesse havido mais, porque são muito boas!
- Tirando a questão dos verbos, tudo o resto, em termos de escrita, é impecável. Pontuação em geral no sítio, os diálogos são verossímeis, os capítulos têm um comprimento confortável, a diagramação é ótima. Ah, parece haver uma pequena confusão entre o velho e o antigo acordo ortográficos, mas até eu me estou sempre a baralhar nisso.
- A capa! É linda de morrer!
- A história em geral. A sério, gostei mesmo muito e fico feliz de ter investido diretamente com a autora, porque agora tenho um livro bom & autografado.
Estou mesmo feliz. Tenho lido bastante literatura portuguesa ultimamente - é um dos meus projetos do ano -, mas ainda tenha lido bastantes coisas boas, este livro superou um pouco aquilo que eu esperava. Preciso de mais livros desta autora!