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Este livro foi uma viagem induzida a drogas.
A sério. Não estou a gozar.
Não sei quem é que as tomou - se foi o autor, ou se foi a personagem -, mas os delírios deste livro são qualquer coisa.
O que começa por ser um premissa cómica e fácil de nos identificarmos, depressa se transforma numa espiral niilista na loucura do protagonista. Temos direito a uma dúzia de páginas exclusivamente dedicadas às divagações alucinadas que o levam ao declínio psicológico.
E no centro de tudo? A ideia que a percepção que as pessoas têm de nós não é a mesma que nós temos de nós próprios. E tudo por causa de um nariz ligeiramente torto para o lado.
A queda do protagonista tem tanto de engraçado quanto de entristecedor. Um homem que vivia confortável, com a sua esposa (não sei bem onde é que a sinopse foi buscar o “pai de família”) e o seu banco (também não sei bem porque é que é mencionado como banqueiro, visto que de banqueiro, pouco ou nada tem), com problemas corriqueiros de um homem corriqueiro. Mas a descoberta do seu nariz ligeiramente torto leva-o a questionar toda a realidade em que vive.
Não é particularmente fácil de ler - o tamanho pode ser enganador -, visto que é um livro muito dado a divagações e longos comboios de pensamentos, com uma linguagem clássica e a cair para o registo oral. Mas a história em si é simples, absurda, fascinante.
Se eu visse este livro numa livraria, provavelmente não pegaria nele. Nem numa biblioteca, provavelmente. Mas estou feliz por ter tido uma oportunidade de o ler e conhecer esta história.