Os Malaquias

“Os Malaquias” ensinou-me algo muito importante: fez-me reconhecer as barreiras que ergui como leitora, nascidas de preconceitos que não sabia que os tinha. Fez-me perguntar: “Porque é que não gosto de ler em português do Brasil? Porque é que estou aborrecida com esta leitura?”
É por isso injusto atribuir a classificação ao livro. A classificação é desta vez atribuída a mim, como leitora. Se disse até hoje que gostava de ler géneros variados, de línguas e culturas diferentes, menti. Pois sempre que li algo um pouco afastado da “mulher branca europeia” torço logo o nariz. Desgosto. E este livro fez-me reconhecer isso. A sua leitura, em prosa de pt-br, foi para mim como subir uma encosta íngreme com o vento a empurrar para trás. E apesar de o ter terminado sem gostar da história que li, percebi o quanto me limitei como leitora, o pouco diferente que li até hoje, dando sempre primazia ao fácil, confortável e reconhecível. Duas estrelas para mim.