We don't have a description for this book yet. You can help out the author by adding a description.
Reviews with the most likes.
De vez em quando, gosto de ler autoras contemporâneas portuguesas, pois aprecio a riqueza e diversidade da nossa literatura. Tenho tido sorte? Claro que sim, mas – e há sempre o maldito “mas” – também tenho tido algumas experiências menos bem-sucedidas.
Nunca tinha lido nada de Filipa Fonseca Silva e, entre as duas obras que poderia escolher – O Elevador e Se Eu Morrer Amanhã?, ambas com 184 páginas – optei por esta última, por achar que seria mais interessante.
O assunto abordado, os preconceitos em relação às mulheres mais velhas e o enorme tabu em torno da sua sexualidade, como se lê na sinopse, até é interessante.
A personagem principal, Helena, depois de 46 anos de um casamento infeliz, fica viúva e, desafiando os seus preconceitos, vai atrás da sua sexualidade.
Até aqui, tudo bem, mas, Helena, aos setenta anos, acabava de ter o seu primeiro orgasmo e não podia estar mais fascinada com a descoberta, partiu para uma vida louca à procura de um parceiro para ter sexo sem qualquer tipo de limitações. E não foram poucos, e não foram muitos, foram bastantes, de várias nacionalidades e de todas as idades, engates atrás de engates. Foi o Ian, o Greg, o Raul, o Pierre, o Fernando, o Jorge, o Gianguido, o Arlindo...
Como ela própria diz: Não tenho namorados, tenho amantes.
A Helena era uma grande maluca!, no bom sentido. As suas histórias são engraçadas e arrancam algumas gargalhadas, mas são tão reais como uma nota de 3 euros.
As restantes personagens, desde a família directa até às amigas, e assuntos abordados baseiam-se em clichés e preconceitos. Não acrescentam nada à história, têm a profundidade de um prato raso e são tão críveis como as histórias de engate da Helena.
É uma história que realmente deixa uma marca... ou melhor, a ausência dela. Não acrescenta grande coisa e, ao terminar a leitura, sinto que a minha bagagem intelectual permaneceu intacta. Impressionante, não?
A segunda estrela é pelas gargalhadas que me arrancou.
Full review in Portuguese because it's a Portuguese book from a Portuguese author. However, I strongly recommend everyone to pick up this book if it ever gets translated.
In summary, “What if I die tomorrow?” is a short story about a septuagenarian who discovers sexual pleasure and life after her husband's death. This kind of stories are essencial to fight prejudices and normalize life, at any stage and every age.
Este livro acompanha os últimos anos de vida de Helena, que acabam por se traduzir nos primeiros anos de vida, pois nunca é tarde para se começar a viver.
O falecimento do marido Alberto foi a chave que a libertou da prisão dos estigmas e preconceitos (próprios, pois os da sociedade não se combate com tanta facilidade), dando início a uma viagem de auto-descoberta e aos melhores anos da sua vida.
”E se eu morrer amanhã?, e todas as dúvidas se dissipavam. Sim. Vou. Posso. Alinho. Claro. Porque não?”
Não há como negar a importância deste tipo de textos e visão pois se é certo que com a velhice surgem novos desafios, não tem de ser o fim do que nos dá prazer.
Com a velhice não surge uma obrigação de usar cabelo curto, usar apenas roupa escura e sapatos ortopédicos e muito menos de procurar o prazer que o corpo possa pedir. Estes são alguns dos estigmas com que cresci e que vejo absolutamente enraizados na sociedade... comento os sapatos pois ainda este mês a minha mãe me perguntou o que achava de ela usar ténis, se não ia parecer uma velha maluca.
É urgente combater a forma como tratamos os nossos velhos, o paternalismo e condescendência que se tornam quase automáticos, e normalizar a vida. Não só porque todos caminhamos para lá, mas sobretudo ninguém merece ser infantilizado, diminuído e limitado.
Torço muito que o mundo fique cheio de Helenas!