Uma coisa que eu aprecio neste livro: a autora não nos tenta vender uma protagonista heróica. Desde o início que sabemos porque é que a Grace está a fazer o que faz, todos os seus planos, o plano de fundo das pessoas que ela mata. Ela não é uma heroína nem uma vingadora que nos faz sentir compaixão ou qualquer tipo de conexão emocional.
A Grace é fria, vingativa, calculista, metódica e sem remorsos pelos seus crimes. A única personagem que nós sentimos que realmente “merece” algo de mal, ainda assim, apenas no final do livro sentimos a real antipatia por ele - e nem é por algo relacionado com a Grace.
Nem podemos chamar a Grace de anti-heróina, porque ela é a antagonista da sua própria história. Este livro é a história de uma vilã.
O final, ainda que no primeiro impacto possa ser bastante anticlimatico - porque a Grace, com todos os seus defeitos, consegue criar expectativas em nós -, acaba por ser bastante adequado. Um karma apropriado à história.
Feitas as contas, o livro é interessante, mas não despertou em mim nenhum tipo de sentimento forte. Nem positivo, nem negativo. Acabei-o com uma sensação de estranheza, sem saber muito bem o que acabara de ler.