Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse é o quarto livro da série Riley Bloom, o primeiro é Radiante. Esse post contém spoilers dos livros anteriores.
Depois de um fracasso no último livro, é hora da nova missão (oficial) de Riley. Apesar de pedir por um desafio à sua altura, ela teme que esse seja demais. Designada para ajudar um antigo e famoso gladiador, chamado de “Pilar da Destruição”, Riley mergulha no mundo antigo, um mundo diferente e muito violento.
Focada na sua missão, Riley acaba passando por uma transformação: mais alta, mais bonita e o que ela mais desejava, mais velha. E nesse novo mundo, Riley acaba descobrindo o amor. Terá ela força para cumprir a missão e voltar para Aqui?
Esse foi o livro que eu mais gostei. A personagem principal está mais amadurecida, mais consciente de si mesma e mais esforçada para fazer parte de Aqui e ser uma ótima Apanhadora de Almas. Entretanto, essa missão é muito difícil e existe um grande risco de que ela se perca para nunca mais voltar.
Aqui vemos mais um tipo diferente de alma e de situação, e lidamos mais uma vez com uma grande culpa e em parte, cegueira. O mundo em que Riley se encontra é brutal, perigoso, e de algumas formas, tentador. E vimos nesse livro seu maior crescimento. Gostei muito do final da série, mas queria mais alguns livros e esperava um desfecho diferente.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/murmurio.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Quero fazer do mundo um lugar mais mágico. Dar à magia uma forma que as pessoas apreciem e que possa mudar suas vidas. Criar uma arte que faça com que as pessoas queiram sempre rejeitar o mundo prosaico e medíocre que as cerca. Minhas ferramentas podem ser o tarô, o trabalho com grupos de energização ou a fotografia, mas meu objetivo é compartilhar com as pessoas toda a maravilha e a beleza que descobri enquanto fiquei trancafiado em uma cela por quase vinte anos”.
Aos 18 anos, Damien e dois amigos foram acusados pelo assassinato de três meninos de 8 anos em West Memphis, no Arkansas. No entanto, enquanto seus amigos tiveram como pena a prisão perpétua, Damien foi para o Corredor da Morte, esperar por sua execução. O que diferencia seu caso de outros milhares de presos, é que o julgamento foi feito com vários falsos testemunhos, faltas de provas e pressão popular, e segundo tudo consta, passou 18 anos injustamente encarcerado.
Através do documentário Paradise Lost: the Child Murders at Robin Hood Hills, de 1996, seu caso veio à público, e ganhou apoio de várias celebridades. Em 2011, Damien e seus amigos finalmente foram libertados. O autor então conta nesse livro como foi sua vida pré-prisão e como passou esses 18 anos lutando por sua libertação.
“Ouvir as cigarras é como ter o coração esfaqueado por lâminas de gelo. Elas me lembram que a vida continuou para o mundo enquanto fiquei isolado em uma caixa-forte de concreto. Em muitas noites, fui acordado pela sensação de ratos caminhando sobre meu corpo, mas nunca ouvi o canto de verão das cigarras. A última vez que o ouvi, ainda não tinha vinte anos.”
Comprei essa biografia na Bienal do Rio, ano passado, e não esperava que fosse tão pesada. Esperava que fosse triste, pois uma enorme injustiça foi feita e o autor passou anos sem saber se morreria por algo que não fez ou se algum dia respiraria ar puro novamente. Entretanto, a vida de Damien Echols foi muito pesada desde o começo.
Filho de uma família pobre, Damien passou anos na miséria, algumas vezes literalmente passando fome, além de ter sofrido maus tratos e ter sido vítima de vários preconceitos, entre eles na adolescência, quando se achou na música metal e no visual que hoje chamamos de gótico. Morar numa cidade pequena e limitada com um visual diferente do normal não deve ter sido uma experiência feliz.
O livro contém vários trechos que ele conseguiu escrever em seus anos preso, e oscilam entre depressão e uma esperança enorme. Dentro da prisão, ele estudou e praticou religiões diferentes, e teve provas de amor, compaixão e crueldade humana. Tudo isso contribuiu para que ele mantivesse sua sanidade e esperasse que as coisas pudessem melhorar. Também traz algumas fotos desse período e pós libertação.
“Quase todas as vezes que dou uma entrevista, me perguntam do que mais sinto falta. Quando fazem isso, cem coisas passam por minha mente e as lembranças em causam aquela sensação de queda livre na boca do estômago. (...)
No fim, não é das frutas que mais sinto falta, mas, se você juntasse todas as privações, o resultado final seria algo assim: sinto falta de ser tratado como um ser humano.”
A descrição da justiça local e das prisões em que esteve preso são horripilantes e amedrontadoras. Como aconteceu com ele, poderia ter acontecido com qualquer um, e provavelmente acontece muito por ai. Não foi o primeiro caso de prisão injusta que já ouvi e infelizmente não deve ser o último. A história dele também é contada através de três documentários (Paradise Lost 1, 2 e 3) e em seu site, damienechols.com.
Damien teve sorte, pois tiveram o interesse de filmar esses documentários, e foram eles que tornaram seu caso conhecido e facilitaram sua libertação. Mesmo assim, foi um processo demorado e doloroso, cheio de falhas da defesa e apatia dos advogados, que sem a pressão e ajuda de celebridades e amigos do autor, não seria possível. Provavelmente sem eles o autor estaria morto hoje em dia e sua história enterrada.
Foi um livro que mexeu muito comigo, e até agora não sei se o que escrevo aqui consegue refletir o quanto. É triste saber que uma pessoa inocente possa passar por tudo que ele passou, ao mesmo tempo que é um incentivo perceber como um ser humano pode sair disso são e pronto para viver os anos que ainda tem pela frente. É uma biografia forte e deixo aqui as palavras do próprio autor sobre a sua leitura:
“Fico aborrecido de imaginar as pessoas lendo minhas palavras por curiosidade mórbida. Quero que leiam o que escrevo porque isto tem um significado para elas - seja por fazê-las rir ou por lembrá-las de coisas esquecidas que em algum momento tiveram importância para elas, ou simplesmente por comovê-las de algum modo. (...)
Se alguém começar a ler porque deseja ver a vida a partir de uma perspectiva diferente, ficarei satisfeito. Se lerem para saber como é a vida pelo meu ponto de vista, fico feliz. São os sanguessugas que me deixam doente e incomodado - os que não dão a mínima para mim e só se interessam por coisas como prisioneiros no Corredor da Morte.”
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/vida-apos-morte.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Deu no Jornal é um livro pequeno, mas muito prazeroso de ler e muito bem acabado. Traz treze contos de duas páginas e uma ilustração cada. O livro é em capa dura e um papel parecido com revista, muito agradável.
Os contos, em sua maioria, trazem uma chamada em forma de notícia de jornal no começo, que puxa para a história. Todos trazem uma ponta de humor e alguma crítica social. Fiquei dividida entre ler tudo rapidamente e guardar os capítulos para ler aos poucos, mas acabei ficando com a primeira opção.
A lista de contos, na ordem, é:
01. Os óculos mágicos
02. A volta do filho pródigo
03. A família que rastreia unida permanece unida
04. A guerra dos narizes
05. A ópera dos camundongos
06. Uma carta ao pai
07. Casa de boneca
08. Heavy Metal
09. Os invisíveis
10. No asilo dos anos velhos
11. Namoro & Futebol
12. Puxadinhos
13. Guerra é guerra
Indico para todas as faixas etárias, tem letras grandes e ilustrações, o que auxilia crianças pequenas e idosos na leitura, e ao mesmo tempo contém um conteúdo prazeroso para jovens e adultos. Recomendado!
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/deu-no-jornal.html
Resenha do Blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Sobre a sua morte e sobre o que é sentir o mundo girando em órbita contrária à sua,
acordar com sua voz no quarto e deitar sabendo que nunca mais vou escutá-la.
Júlia é uma adolescente normal, com dúvidas e problemas de acordo com sua idade. Um dia, sua mãe a deixa na escola e ela não poderia estar mais despreparada para o que aconteceria. Sua vida acaba se transformando de uma forma inimaginável, e a menina precisa tomar decisões difíceis e dolorosas e aprender a lidar com seus sentimentos para conseguir passar por essa situação e voltar a viver.
O livro é bem curtinho, tem 104 páginas. Mas mesmo sendo pequeno, ele traz algumas lições que a meu ver poderiam ser aproveitadas por jovens nessa situação. Júlia sofre a perda de alguém muito importante em sua vida e, além da dor, precisa tomar decisões e amadurecer mais rápido do que o normal.
Não gostei muito da personagem Júlia, para dizer a verdade. É uma menina nova, mas um pouco mimada e chata às vezes. Em alguns momentos ela parece muito madura pra idade e em outros muito criança. Além disso, algumas situações que apareceram para que ela resolvesse foram situações estranhas, algumas eu acho que não caberia a ela resolver e outras não muito reais.
Em contrapartida, gostei da escrita da autora e de vários conselhos dados, que acredito que possam realmente ser úteis não só para alguém com uma perda recente, mas também para aqueles que não conseguiram lidar com alguma no passado. A sinopse me fez esperar uma história diferente, mas é interessante observar como a solidão é encarada e definida de forma diferente pelas pessoas.
Quanto à diagramação, é linda! O livro é todo azul, inclusive a parte externa das folhas, por fora, e amarelo com letras marrons por dentro. Os capítulos são divididos por páginas azuis e contém alguma dica sobre o que virá, como a citação no começo da resenha.
Não sei se não simpatizei muito com a personagem por ser mais velha que o público alvo, mas gostei da história e recomendo àqueles que possam estar passando por um momento difícil e se sentindo sozinhos. Nesses momentos nem sempre a ajuda de quem está por perto é suficiente e precisamos arrumar forças de algum lugar desconhecido para sobreviver e conseguir reconstruir a vida.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/sozinha.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“De todos os monstros das trevas, o lobisomem é o que carrega a mais terrível maldição. Jamais deixa de ser uma criatura humana, sofrendo, a cada transformação, o tormento de seu lado brutal e incontrolável.”
Livro gentilmente cedido pela Editora Edelbra
Nesse livro temos dois personagens: de um lado, o lobisomem, que passa por uma transformação mensal e convive com uma fera brutal, e do outro, Javert, um caçador de CMIs - Criaturas Monstruosas Incontroláveis. E é durante uma caçada ao lobisomem que conhecemos os dois e sua história.
Confesso que o lobisomem não é a minha criatura sobrenatural favorita, e não costumo ler muitas histórias com eles. Entretanto, esse livro me trouxe uma nova visão e me fez gostar um pouquinho mais desse ser. Mas não pensem que o lobisomem desse livro é como o de Crepúsculo, pois não é. É uma fera passional e incontrolável quando transformada e um homem perturbado e com várias consciências quando desperto.
Javert é um caçador experiente e condecorado de uma organização que tem como fim esconder do mundo e caçar as CMIs. Diferente dos outros caçadores, Javert é um homem sombrio, dado como frio e calculista. Não interage socialmente e não tem outra vida a não ser a de caçador. Mas alguma coisa o atrai para esse lobisomem, que já vem caçando a muito tempo e tem um comportamento diferente dos demais.
O que eu mais gostei nesse livro é a caracterização do lobisomem. Como fera, não há capítulos narrados por ele, mas durante as três outras luas, o homem aparece com consciências diferentes. Atormentado pelo passado e pelas matanças que acontecem todo mês, ele se perde entre consciente e tomado pelos instintos “monstruosos”.
Uma coisa que achei muito interessante foi o processo da escrita das narrações do lobisomem. Quando sai de sua pelagem, o homem não consegue formar frases, se expressando basicamente por palavras únicas, como: Fome. Medo. Sede. De acordo com a mudança da lua, sua personalidade vai aparecendo mais, e suas sentenças vão melhorando, se tornando mais parecidas com o que conhecemos. O livro traz também relatórios da organização que nos mostram características e informações sobre lobisomens e sobre a caçada ao lobisomem deste livro.
Quanto à diagramação, está impecável e combina com a história. Os capítulos trazem as luas no final da página, perto da numeração e a cor da fonte/ilustração é da cor da capa. Gostei muito do trabalho do ilustrador, que trouxe várias passagens à vida. No final do volume temos um anexo com informações sobre lobisomens e indicações de filmes. Nesse momento, é o meu livro favorito na coleção e por mais que o final seja sombrio, eu gostei bastante. Recomendo aos que gostam de sobrenatural e lobisomens.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/sonetos-nas-trevas.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Aos 4 anos, Shin Dong-hyuk lembra de ter visto uma execução pública. Essa foi só uma prévia do que viria a ser uma coisa normal. Filho de prisioneiros do campo 14, nascido e criado lá, Shin não tem acesso à educação, saúde ou condições adequadas de moradia. O que ele tem de sobra é fome, frio e abusos físicos e psicológicos. Criado para não confiar em ninguém, delatar qualquer um e pagar pelo pecado de seus ancestrais, Shin leva uma vida que, para nós, é inimaginável.
Sua rotina quando criança era: passar o fome o dia todo, comendo porções irrisórias de repolho cozinho e milho, e quando chegou a uma certa idade, ir para a escola. Mas escola aqui quer dizer um centro onde as crianças são educadas com as 10 regras do campo, e onde devem aprender a sempre obedecer aos professores e guardas, podendo morrer se não o fizerem.
As crianças já ajudam em algumas coisas no trabalho do campo, mas no começo da adolescência é que o mais pesado começa, levando até a privação de comida e surras se metas não forem atingidas. Doze a quinze horas de trabalho forçado em minas de carvão, fábricas e fazendas é o que conhecem como vida. Mas em algum momento isso muda, e tudo o que Shin pensa que sabe, se transforma.
Conseguindo o que era dado como impossível, Shin foge do campo onde nenhum outro homem (que se tenha conhecimento) fugiu, mas até hoje carrega as marcas físicas e mentais dos horrores que sofreu lá dentro. O livro carrega essas marcas e nos faz revelações tenebrosas de seu passado. Muitos trechos me fizeram refletir até que ponto a humanidade de uma pessoa pode existir em certas circunstâncias, e o quão baixo (para os nossos parâmetros) um ser humano pode chegar para sobreviver.
O livro é escrito por Blaine Harden, um jornalista que conduziu várias entrevistas com Shin e outras testemunhas do campos, ex-guardas, ex-moradores da Coréia, presos de outros campos com uma segurança menor, que foram soltos e conseguiram fugir da Coréia do Norte, apurando vários detalhes que ele deu sobre sua vida. Alguns desses depoimentos externos são citados no livro, assim como livros que o autor consultou e estão relacionados nas notas no final.
Fico muito triste por saber que existem esses campos na atualidade, e que essas pessoas são forçadas a passar por isso e considerar isso uma vida normal. O pior é que, segundo o livro, não é só o povo dos campos que sofre, mas a população da Coréia do Norte inteira passa fome e sofre para sobreviver. Mesmo Shin, que conseguiu se livrar disso tudo, em alguns aspectos não consegue levar uma vida normal. Me pergunto se as mudanças que sofreu poderiam algum dia ser revertidas e preciso ter a esperança que sim.
Para maiores informações, visitem essa página da Intrínseca (http://www.intrinseca.com.br/site/2013/03/documentario-sobre-o-campo-14-recebe-premio-do-forum-de-direitos-humanos-em-genebra/), que contém detalhes sobre um documentário filmado sobre a vida de Shin (que não assisti ainda), as dez leis do campo e mais algumas coisas relacionadas à sua vida.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/fuga-do-campo-14.html
Resenha no blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Gameknight999 é um jogador de Minecraft muito bom. Ele tem os melhores equipamentos e sabe muito bem como usá-los. Infelizmente, ele também gosta de destruir o jogo do outros, detonando construções e matando outros jogadores em servidores online. Arrumando muitos inimigos e não se importando com ninguém, ele tem uma grande surpresa quando acaba de alguma maneira acordando dentro do jogo, sem nada no inventário.
Preso no mundo que ele ama, mas sentindo dores e fome como no mundo real, Gameknight999 acaba descobrindo que há várias coisas em Minecraft que ele desconhecia, e que seus atos no passado eram muito graves. Agora ele precisa ajudar esse mundo e retornar ao seu.
Como gosto do jogo Minecraft, fiquei interessada quando vi esse livro nas livrarias, mas li sem nem ter visto a sinopse antes, então foi uma surpresa saber que era um menino que acaba dentro do jogo, quando eu esperava que já começasse com o jogo como mundo. No prefácio o autor nos fala um pouco de como conheceu o jogo e o que o motivou a escrever esse livro, e achei interessante sua abordagem sobre trollagem e bullying.
O livro é voltado há um público mais novo, de crianças e pré-adolescentes, mas eu gostei da leitura. Gameknight999 é um menino novo e um pouco mimado, que sofre bullying no colégio, mas que no jogo acaba praticando bullying também, trollando jogadores e não se importando com ninguém. Quando cai no mundo novo, ele percebe que não conhecia aquele lugar onde ia toda hora e que precisa defender.
Quero muito ler os próximos livros para saber como essa história vai se desenrolar mas não quero falar muito mais para não dar spoilers pois o livro é curtinho.
Link: http://www.sincerando.com/2016/01/invasao-do-mundo-da-superficie.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Yann tem seis irmãos mais velhos, três pares gêmeos, e é extremamente perspicaz e inteligente. Entretanto, ele é pequeno demais. Em uma noite chuvosa, os sete fogem de casa, e saem em busca do mar. A viagem e seu motivo tomam uma proporção maior do que imaginavam e pode mudar tudo o que conhecem.
“Nesta reinterpretação moderna do clássico O Pequeno Polegar, de Charles Perrault, Jean-Claude Mourlevat, finalista do Prêmio Hans Christian Andersen em 2012, constrói uma empolgante narrativa a partir dos relatos das testemunhas dessa jornada.”
Fiquei curiosa com essa afirmação da contra-capa, mas nunca li esse clássico e não quis pesquisar mais sobre ele para não ter spoilers. Então, li esse livro sem conhecimento do anterior, e não posso comentar nada sobre essa reinterpretação.
Yann é um menino que vai muito bem na escola e consegue se comunicar de formas inusitadas, mas sofre com bullying por ter a altura de um menino de 2 anos, quando tem 10. Apesar da estatura, Yann não é um anão, só é pequeno, citando o livro, como uma miniatura. Além desse problema, ele sofre por querer estudar em uma família que não incentiva os estudos, quase chegando a desestimulá-lo.
Seus irmãos o respeitam e seguem muitos de seus conselhos, inclusive os dois mais velhos. Ao mesmo tempo, seus pais o acham esnobe e prepotente, e tem uma relação distante. Em uma noite, Yann estimula os irmãos a sair de casa, e o sumiço das sete crianças vai parar na imprensa e na polícia.
O livro é narrado por vários olhares, em algumas partes o enredo é contado por entrevistas, feitas após o caso ter sido resolvido, mas só sabemos o que acontece nos capítulos finais. Apesar de ter ficado interessada até o término, não gostei muito do motivo dado no desfecho. Não foi um motivo destoante da história, foi uma questão pessoal. Mas, de uma forma geral, foi uma leitura gostosa, e recomendo para aqueles que gostam de uma aventura e histórias com crianças.
As páginas são amareladas e o trabalho gráfico é muito bom. As orelhas são maiores do que o normal e a capa é muito bonita. O livro é pequeno (tem 135 páginas) e foi uma leitura rápida.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/o-menino-oceano.html
A história ficou um pouco confusa, mas o livro também precisa de uma séria revisão gramatical.
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“A família Dashwood estava estabelecida em Sussex desde antes da Alteração,
quando as águas do mundo se tornaram frias e abomináveis para os filhos do homem,
e as trevas se moveram sobre a superfície dos oceanos.”
Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos segue praticamente a história principal do clássico em que se baseou, com algumas modificações. Elinor, Margareth e Marianne, junto com sua mãe, ficam desalojadas quando seu pai morre, e vão parar em um chalé de um parente distante. Mas, diferente do original, seu pai não morreu de uma doença, mas sim de um ataque de um tubarão-martelo.
Nesse mundo, as pessoas precisam se preocupar com qualquer ser marinho, desde os pequenos peixes aos poderosos mamíferos, pois desde a Alteração, um acontecimento sem explicação, todos os animais marinhos se voltaram violentamente contra a população humana. Depois da morte do Sr. Dashwood, as três irmãs e sua mãe perdem o lar para John Dashwood, filho do primeiro casamento de seu pai, e acabam se mudando para um chalé em uma ilha longe de sua casa e muito misteriosa, perto de seu parente e locatário, John Middleton.
Em meio aos problemas sociais, as irmãs enfrentam problemas no âmbito amoroso e relacionados à Alteração. Mas, ao contrário do que seria esperado, dado o comportamento das personagens na história original, e pelas suas próprias características descritas no livro, não pude reconhecer essas mesmas qualidades e atitudes.
Elinor, dada como a irmã mais sensata e razoável, muitas vezes deixa passar importantes detalhes e os ignora totalmente. Além disso, vários defeitos de alguns personagens, que são importantes para a construção e entendimento da história, são suavizados ou aumentados desnecessariamente. Mas o que mais me irritou nesse livro foi o desfecho. O autor cria todo um suspense (e o ignora em grande parte do livro) que termina de um modo não coerente. Enquanto em um momento é um grande problema, em outro some.
Fiquei muito decepcionada com essa adaptação, principalmente porque gostei muito de Orgulho e Preconceito e Zumbis, e esperava algo à altura. Achei que vários trechos pareciam simplesmente copiados do livro original sem necessariamente se encaixarem no enredo criado. A história de Monstros Marinhos se tornaria muito interessante se fosse melhor trabalhada.
Não recomendo a leitura para aqueles que não leram o original antes, que considero muito melhor. Além de ter vários spoilers, foi uma leitura maçante e arrastada, demorei um mês e meio para conseguir terminar. Apesar de tudo, gostei do trabalho gráfico, principalmente pelas ilustrações, que achei muito bem feitas. O papel amarelado também facilita a leitura. Alguns pontos negativos foram: a fonte, que em certas partes parece menor, e as frases são um pouco juntas demais; e os capítulos também não são muito bem divididos, terminando e começando na mesma página.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/razao-e-sensibilidade-e-monstros.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Calli é uma menina de sete anos que não fala. Ela não é muda, mas parou de falar depois de um momento trágico na família, ao quatro anos. Em uma noite ela e sua melhor amiga, Petra, desaparecem. A partir daí uma busca é organizada e a família das crianças mais o assistente de xerife Louis começam a refletir sobre o passado e o que poderia ter acontecido.
Calli é uma menina doce e inteligente que perde a voz e a reencontra em Petra, que consegue entender o que ela quer e precisa e repassa para os que estão a sua volta. Tem um pai alcóolatra e violento, uma mãe trabalhadora e humilde e um irmão mais velho que tenta protege-la. Petra é filha única de um casal mais velho, que demorou a conseguir ter um filho.
O suspense é forte, mas temos a visão de Calli no livro, e com isso sabemos o que aconteceu com ela. Além de Calli outros personagens como sua mãe, o pai de Petra, seu irmão. Esses pontos de vista vão contando não só a história das meninas como dos outros personagens envolvidos, e enriquecem a história.
O livro traz várias reviravoltas e eu só consegui realmente descobrir o que aconteceu quando estava na metade da leitura. Mesmo assim, o final estava indefinido para mim. O enredo trabalha muito o lado psicológico dos personagens. A família de Calli sofreu vários baques e tem vários problemas, enquanto outros personagens, como Louis, também estão atormentados por questões do passado.
Fiquei extremamente envolvida com a história e torci para que tudo acabasse bem. Me senti extremamente sensibilizada com a situação de Calli e curiosa para saber o que teria acontecido para que ela parasse de falar. Para os que se preocupam com finais indefinidos, não se preocupem: tudo é esclarecido. Recomendo para quem goste de suspenses e histórias psicológicas. Já comprei outro livro da autora e pretendo continuar lendo seu trabalho.
Link: http://www.sincerando.com/2014/02/o-peso-do-silencio.html
Resenha do blog Sincerando, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro contém cenas de sexo e eu não recomendo para menores de 18 anos. É o terceiro livro da série Encantadas, mas a resenha não contém spoilers dos anteriores.
Um príncipe e um caçador saem em busca de um reino perdido, pois o príncipe precisa de uma aventura. No caminho, encontram uma jovem, Petra, curiosa com o que há por trás de um muro de plantas intransponível. E é dentro desse muro que acham um reino adormecido, com uma bela mulher deitada em uma cama. E ao acordá-la, a aventura começa. O que há de errado com o lugar e quem gostaria de amaldiçoar uma Rainha tão bonita e bondosa?
Sempre gostei da história da Bela Adormecida. Pobre alma bondosa e cheia de qualidades que é condenada a dormir cem anos e acordar em um mundo totalmente desconhecido, mas que ganha um amor verdadeiro ao despertar. Parece ser uma boa recompensa para tamanho castigo. Mas será que é isso que acontece realmente?
Conhecemos nesse volume um príncipe bonito, mas com uma certa dose de irresponsabilidade e um tanto superficial e um caçador jogado nessa aventura sem ter opção, mas que é sério e perceptivo. Além deles temos Petra, uma jovem mulher cheia de vida, que precisa descobrir o que a chama atrás de um muro misterioso.
A cidade que descobrem é estranha e silenciosa. E quando exploram, encontram pessoas adormecidas em posições estranhas por toda parte. Mas, quando entram no castelo, encontram mais mistérios, entre eles uma bela mulher adormecida. E ao despertá-la, podem estar despertando muito mais do que esperam. Descobrem um segredo terrível e se envolvem em uma trama antiga.
Gostei muito desse livro. Gostei das mudanças na história da Bela Adormecida, e gostei da forma que envolveram outros contos de fadas, que pareceu muito mais natural que nos outros volumes. Os personagens são muito mais cativantes também e tem cenas horripilantes. Foi uma leitura rápida, mais pelo fato de não conseguir largar do que pelo livro ser pequeno.
Fiquei satisfeita com o desfecho da trilogia e com a forma que a autora interligou os três. No final tem uma entrevista com a autora que me ajudou a entender melhor o seu trabalho. O trabalho gráfico é o mesmo dos anteriores: papel amarelo, letra confortável e marcador destacável no final.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/poder.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Ciro está voltando para casa quando uma menina que ele nunca viu na vida manda que não entre na van. E a partir daí ele conhece Selene, uma menina com aparência gótica e humor ácido, que o ajuda em vários momentos difíceis. O que nenhum dos dois poderia esperar é a diferença que um faria na vida do outro, e como tudo que conheciam mudaria.
Ciro é um adolescente com um problema de saúde que tem algumas complicações em casa também. Estudioso e ávido leitor, ele conhece Selene, que põe seu mundo de cabeça para baixo. Ele acaba conhecendo muito mais sobre ele e sobre o mundo, coisas que ele nem poderia imaginar.
Selene é uma menina com um humor diferente e pouca paciência. Cheia de mistério e com poucas respostas, ela ajuda Ciro a passar por vários problemas e a crescer. Simpatizei com os dois personagens e passei o livro todo ansiosa para ver o que aconteceria com eles nessa história. A autora conseguiu me prender e me surpreender.
A família de Ciro é difícil e sua vida também não é fácil, mas ele é um menino gentil e de bom coração, e isso faz com que conquiste o leitor. A autora conseguiu montar dois personagens estáveis e que se mantém fiéis às suas características até o final, e o mais importante, para mim, os dois poderiam ser pessoas reais, com atitudes que poderiam muito bem acontecer no dia-a-dia.
Achei o final muito bonito e coerente com o desenvolvimento da história. O livro traz muito sobre espiritualidade, anjos, misticismo, sem se prender ou defender uma religião específica nem tentar convencer o leitor de nada.
A diagramação não deixa nada a desejar, o livro tem como cor base o azul, que acompanha na cor da fonte do texto e nas ilustrações. Como nos outros livros da Coleção Medo, traz no final um compêndio com informações sobre a criatura sobrenatural do livro (no caso, anjos) e indicações de filme dentro do tema. Dessa coleção, foi um dos que eu mais gostei. Deixo aqui o convite para conhecer a obra ;)
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/anjo-meia-luz.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Em um dia, à meia-noite, todos os recém nascidos morrem. Depois percebem que todos os bebês com menos de um ano e animais e plantas novos também morreram. Uma grande onda de tristeza e melancolia atinge a todos, até que uma onda de desespero e pensamento de que o fim do mundo chegou se abate.
Ordenado a organizar e investigar algumas informações, o Repórter também lida com uma questão pessoal: sua esposa está grávida e prestes a dar à luz o seu primeiro filho. Tendo que lidar com ódio, desespero e burocracias militares, ele tenta correr contra o tempo e não só descobrir o que houve, mas tentar achar uma forma de permitir que seu primogênito chegue ao mundo com vida.
Lendo a sinopse desse livro, fiquei muito interessada. Gosto desse tipo de “e se...”, como a humanidade reagiria frente à essa situação? Praticamente todos perdem alguém próximo, seja um filho, um sobrinho, um neto, ou um filhote. Maior do que a tristeza que as pessoas passam, está o desespero. É o Fim do Mundo?
Uma coisa que achei muito interessante é que alguns personagens não tem nome. Temos o Repórter, a Esposa, o Padre, o Governador. Apesar de estar acostumada com personagens nomeadas, eu gostei dessa mudança. Por mais que o Governador tenha outras facetas e outras prioridades além de seu cargo, de alguma maneira a falta de nomes me ajudou a focar mais na narrativa e me prender menos em “quem é esse mesmo? Ah sim, o governador”.
Gostei muito da escrita do autor, que me fez voar pelo livro e gostei de várias argumentações feitas no livro. No meio das investigações e problemas atravessados, vemos várias reflexões de várias personagens, reflexões sobre religião, futuro e até mesmo humanidade. Apesar de parecer um pouco extremista, não achei as reações descritas no livro tão impossíveis assim de acontecer.
Vemos pessoas preocupadas com coisas sérias, como “terá alimento no futuro, a raça humana será extinta?” assim como pessoas preocupada com vícios, como internet, celebridades e outras coisas que não seriam prioridades no momento. Achei interessante essa crítica, e com certeza posso ver pessoas que agiriam assim.
A diagramação do livro é ótima. A letra é grande, as páginas são amarelas. Só tenho uma coisa a “reclamar”: que capítulos gigantescos! Sabe aquela mania de “quando acabar o capítulo eu vou fazer...”? Então, quase não conseguia fazer nada! haha
Quanto ao final: ainda estou meio dividida. Não vou dar spoiler aqui, mas em um primeiro momento eu senti estranheza em relação a ele, e até hoje me pego entre gostar ou não do mesmo. Mas, achei que o livro foi bem fechado e de forma coerente com a história. Deixo aqui um convite para conhecer a obra, e pretendo ler mais livros do autor.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/filhos-do-fim-do-mundo.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Alexis conhece Connor ao acordar em seus braços. Praticamente desempregada e sem um teto definitivo, ela está grávida. Acaba passando mal no meio da rua e desmaiando, e Connor foi a única pessoa que parou para ajudá-la. Connor por outro lado é um cowboy solitário, que toca a sua fazenda, mas por um imprevisto acaba precisando de uma esposa. Será que essa união dará certo ou um dois sairá perdendo?
Como eu gosto de começar o ano lendo livros leves, encontrei esse ebook gratuito na Amazon e achei perfeito. É um livro pequeno, de 135 páginas, mas é muito tranquilo e não é um romance erótico, com cenas explícitas de sexo.
Alexis é uma mulher solitária e independente que sabe cuidar de si e sobrevive na adversidade há alguns anos, mas que acabou engravidando e está com medo do futuro do bebê. Trabalhando em um ambiente impróprio para grávidas, ela conhece Connor quando passa mal mas tenta se manter distante, pois um homem bonito é o que ela menos precisa agora.
Connor é o típico mocinho de livros românticos, honesto, bonito, trabalhador e cavalheiro. Cuida da fazenda que é da família há gerações, mas um acontecimento fora do seu controle acaba atingindo sua propriedade e suas finanças, o forçando a fazer o impensável para salvar o único lar que conhece.
Cheio de clichês do gênero, gostei que o livro não se estendeu muito e resolveu logo os problemas criados na trama, sem muita enrolação, no tempo certo. Os dois são personagens quase perfeitos, e vão se conhecendo e se completando aos poucos. Recomendo para quem gosta do gênero e quer uma leitura leve para começar 2018.
Confiram (e comentem) essa resenha em: http://www.sincerando.com/2018/01/uniao-de-coracoes.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro é o segundo livro de uma série, cujo primeiro livro é Destino. Essa resenha terá spoilers do primeiro livro, e não é recomendada para quem não leu o mesmo.
“Não entre docemente naquela boa noite,A velhice deve arder e delirar ao fim do seu dia;Revolte-se, revolte-se contra o apagar da luz.”
No último livro, Cassia começa a se revoltar e Ky é levado bruscamente da Sociedade de madrugada, desaparecendo em rumo às Províncias Exteriores, ao que parece ser a morte certa. Nesse volume Cassia parte à sua procura, e acaba descobrindo que ele conseguiu fugir para os Cânions da região. Apesar de ser boa a notícia de que Ky não está morto, ela traz um novo perigo: não se sabe de ninguém que tenha entrado nos cânions e voltado. Continuando sua busca, Cassia encontra sinais de uma vida fora da sociedade e uma rebelião se formando, e as coisas nem sempre são o que parecem ser.
Deixando a Cassia chata no livro anterior, aqui vemos uma personagem mais amadurecida, mais consciente de suas decisões. Fiquei muito feliz de ver essa transição, que foi feita de forma natural, nada forçado. Ky também nos mostra um outro lado e alguns detalhes de seu passado são revelados. Novos personagens são introduzidos (e amados) e Xander consegue surpreender em alguns momentos.
Esse livro foi bem mais reflexivo do que o outro, explorando a força e vulnerabilidades dos personagens. Apesar de focar em parte a vida fora da Sociedade, também nos mostra o quão longos são seus braços e quão pesadas suas influências. Conhecemos mais sobre as Anomalias e Aberrações, como surgem e como são tratadas.
Sinais de uma rebelião começam a aparecer, e os personagens dividem suas opiniões quanto a ela. Foi bom ver argumentos formados e embasados, ao invés de um simples: não gosto e pronto. O livro continua sólido e bem estruturado, e a história continua intrigante, com um toque de mistério. Assim como o anterior, traz uma sensação de como somos sortudos.
Devorei esse livro muito rapidamente, e adorei a capa, tem muito a ver com a história. A diagramação ficou muito bem feita. Uma coisa que fez muita diferença nesse livro foi a mudança de narrador; ao invés de ser narrado somente por Cassia, os capítulos são intercalados entre ela e Ky, o que traz uma visão totalmente diferente do enredo.
Link da resenha: http://www.sincerando.com/2013/11/travessia.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro é destinado a um público adulto (maiores de 18 anos)
É o segundo livro da série Breathless, e contém detalhes da história do primeiro livro (Obsessão)
Jace é um homem rico e muito poderoso. Junto com Ash e Gabe, ele lidera uma empresa de sucesso. A relação entre Jace e Ash entretanto, é diferente: os dois dividem tudo, inclusive as mulheres. Acostumado com isso, ele se surpreende ao ver Bethany. Ela faz surgir nele o desejo de nunca mais ter outra mulher, e muito menos dividi-la. Será que isso poderia colocar a amizade dos dois em risco?
A história de Jace é diferente dos outros dois. Ele vem de uma origem pobre e se viu perdido na faculdade quando os pais morreram e deixaram ele e sua irmã Mia, na época com 12 anos, sozinhos. Ele então batalhou muito para construir sua riqueza e criar sua irmã da melhor maneira possível, com o apoio de Gabe e Ash, seus amigos na época da faculdade e sua família no presente.
Quando, em uma noite, Jace vê Bethany, uma mulher que está trabalhando em um evento, ele sabe que ela é diferente, e um sentimento nunca sentido aparece. Entretanto, nem sempre as coisas são tão fáceis. Bethany tem um passado turbulento e cheio de cicatrizes, e um presente caótico. Ela é totalmente diferente do mundo que ele está acostumado.
Em alguns momentos, duvidei da veracidade dessa situação. Alguns aspectos descritos da vida de Bethany não batem com algumas características que ela possui. Entretanto, a relação dos dois é construída de uma maneira que me fez ignorar isso. As cenas dos dois juntos são muito bonitas, e a autora conseguiu melhorar muito a descrição (e os diálogos) nas partes mais picantes.
Achei o enredo muito mais convincente que o do livro anterior também, e Jace é realmente cativante. Toda a sua história e seu modo de agir fazem com que simpatizemos e torcemos por ele. O que, vamos combinar, ajuda muito a gostar da história.
Senti uma evolução da autora nesse livro, e fiquei muito feliz com isso. Além disso, convivemos com algumas personagens de Obsessão que já gostávamos. Até Gabe me pareceu um pouco mais simpático nesse livro, e Mia continua adorável. Ash aparece mais nessa história, e fiquei curiosa para saber o que seria dele no próximo volume. O desfecho do livro me agradou bastante também.
Como é uma história de um personagem diferente, esse livro pode ser lido sem a leitura do anterior, mas não recomendo para quem gosta de acompanhar a história geral, pois esse volume traz detalhes do desfecho do primeiro. Recomendo para aqueles que gostaram do primeiro livro ou estão curiosos sobre os dois outros homens misteriosos desse trio (e para aqueles que tem mais de 18 anos).
Link: http://www.sincerando.com/2014/03/delirio.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Daire tem 16 anos e vive sozinha com sua mãe desde sempre. Seu pai morreu antes dela nascer, e ela não tem nenhuma outra família. Mas, Daire tem a vida dos sonhos de muitas meninas: sua mãe é maquiadora de Hollywood, o que faz com que as duas viagem muito, seguindo filmes, e que conheça muitas celebridades, inclusive saindo com algumas.
Entretanto, sua vida muda totalmente quando completa 16 anos, durante uma viagem à Índia. Depois de um estranho acontecimento, Daire é levada a várias consultas a psiquiatras e é até internada. No meio disso tudo, sua avó paterna, desaparecida há muito tempo, entra em contato e diz poder ajudá-la, inclusive podendo tirá-la dos pesados remédios e de um futuro em um hospício. E é assim que Daire descobre que é uma Buscadora de Almas e tem uma grande missão pela frente.
Ouvi muitas opiniões negativas em relação à essa série, mas gostei muito da série Riley Bloom, da mesma autora, e fiquei interessada pela sinopse. E não me arrependi. O livro traz vários clichês de livros de adolescente e algumas partes são um pouco arrastadas, mas eu gostei bastante da mitologia usada pela autora.
Daire vai ao Novo México encontrar sua avó e tentar descobrir se seu problema tem cura, e desse modo conheci um lugar totalmente novo. Nunca fui ao Novo México, então não tenho como saber se a descrição bate com a realidade, mas a cidade Encantamento é parecida com uma zona rural que eu morei: poucas casas, muitas trilhas e estradas de barro e uma família rica e poderosa. Daire então fica chocada com sua nova realidade e com as faltas de opção do lugar.
Tirando o choque inicial e alguns problemas de adaptação e de entendimento de sua situação, Daire começa a se acostumar e até gostar de alguns aspectos de sua vida, mas nem tudo é divertido. Sua nova condição como Buscadora de Almas vem junto com um treinamento e responsabilidades precoces. Mas ela consegue apoio e ajuda com alguns amigos que faz na cidade, e esses personagens são encantadores. Em algumas partes eu ficava triste quando eles sumiam de cena.
Apesar de ter um toque romântico, o livro é mais focado nas tradições do lugar, no que é uma Buscadora de Almas e em outros aspectos desse mundo.
http://www.sincerando.com/2014/04/sonhos.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Sabe o que eu acho? A única razão de eu não ser comum é
que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.”
August, ou Auggie, é um menino normal, gosta de sorvete, de brincar, de Star Wars, de sua cachorrinha Daisy. Uma coisa o difere dos outros garotos: sua aparência. Auggie herdou geneticamente uma doença que junto com outros problemas lhe causou uma severa deformidade facial. Ele nunca frequentou à escola e passou por várias cirurgias e tratamentos para tentar melhorar seus problemas de saúde, mas quando chega aos 10 anos e sua saúde tem uma melhora, seus pais o colocam na escola.
Começa então uma nova vida para Auggie. Ele tem até esse momento um melhor amigo que vive em outra cidade e não convive muito com as crianças da vizinhança. Terá que enfrentar várias crianças desconhecidas, professores, pais, e lidar com suas reações à sua aparência.
O livro é dividido em oito partes, três são narradas por August e as outras por outros personagens. Achei muito interessante essa divisão pois podemos avaliar uma situação pela visão de mais de um personagem, o que torna a cena mais completa e complexa. Outro ponto também é que podemos nos informar previamente de coisas que Auggie ainda não sabe ou explicações de coisas que ele soube.
A vida de Auggie é complicada, mas também carrega essa complicações para sua família. Ele mora com seus pais e sua irmã, Via, e sua doença afeta diretamente a eles também. Vemos no livro a evolução e o amadurecimento de August com a escola, mas percebemos também essa mesma mudança em seus amigos e sua família.
A história carrega assuntos pesados e dolorosos de uma forma mais leve e às vezes até divertida. Sua família é bem unida e amorosa, e Auggie tem apoio incondicional de seus pais. Via é um personagem forte, mas com suas fraquezas, normais da sua idade. Os personagens são realistas, e isso torna a trama muito mais interessante. Gostei de ver as reações de Auggie frente ao bullying e sua coragem ao lidar com os problemas do dia-a-dia e de sua deficiência. É um exemplo a se espelhar.
É um livro muito emotivo e emocionante, mas ao mesmo tempo a escrita é simples e fácil de acompanhar. Um ótimo feito para a primeira obra da escritora. Espero que ela continue a escrever e pretendo ler o próximo livro que for escrito.
Recomendo esse livro a todos. Crianças tem que ter essa noção do que o bullying pode fazer com alguém, e de como reagir a isso. Pais deveriam saber que um problema com seu filho não é o fim do mundo, e que as coisas podem ser superadas e transformadas numa situação normal. E pessoas com deficiência tem que saber que são seres humanos capazes de tudo que quiserem e merecedoras de respeito e amizade como qualquer outro.
Link da resenha: http://www.sincerando.com/2013/04/extraordinario.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Clary vai acompanhada de seu amigo Simon à boate Pandemônio, cercada de adolescentes góticos, punks, e música alta. Na fila, se interessa por um menino de cabelo azul, que carrega uma estranha viga de madeira com pontas afiadas. Acompanhando-o com o olhar, Clary acaba presenciando um crime que ninguém mais vê, cometido por três estranhos adolescente armados e marcados com estranhas tatuagens.
Como se isso não bastasse, no dia seguinte um dos meninos que cometeu o crime reaparece, Jace conta que é um Caçador de Sombras, que tem como missão matar demônios e criaturas do Submundo (vampiros, lobisomens, fadas, feiticeiros) que matem humanos. Clary, como humana, não deveria conseguir vê-los. E para aumentar o mistério, sua mãe desaparece, com indícios violentos em sua casa. Clary então se junta à Jace, Isabelle e Alec, caçadores de sombras, e tenta descobrir o que há por trás disso.
Comecei a ler esse livro e não sosseguei até terminar os quatro já lançados no Brasil. Já comprei o ebook do quinto e comecei a ler. A história é extremamente envolvente, os personagens cativantes e complexos. Tem que se manter na cabeça que é um livro juvenil, e a linguagem acompanha essa faixa etária.
Jace é o típico badboy pertubado. Lindo, forte, apaixonante. Clary é uma menina baixa, não se descreve como muito sedutora, mas que tem uma teimosia e força fora de série. Simon, seu melhor amigo é um doce, nerd, está sempre ao lado dela. Isabelle é uma menina alta, sedutora, inteligente. E Alec é o menos simpático, mas depois conseguimos entender sua complexidade também.
O livro é repleto de aventura e reviravoltas. A escrita é fluída e o intercalar das cenas não atrapalha o ritmo, pelo contrário. A visão muda entre os personagens, o que torna a história mais explicada e interessante. Nesse livro conhecemos melhor os vampiros, mas temos contato também com outras raças do submundo.
Uma coisa que me deixou nervosa a ponto de terminar o terceiro livro rapidamente e chegar a procurar spoiler acontece no final e já aviso, isso acontece em todos os livros. Percebi que vou terminar o quinto livro e me atormentar até ano que vem, quando sair o sexto.
Link da resenha: http://www.sincerando.com/2013/05/cidade-dos-ossos.html
Resenha do blog Sincerando, escrita por Sarah Sindorf
Bom, o filme foi lançado faz um tempo, meu namorado já leu a trilogia, e aproveitando uma promoção na Submarino, comprei os três livros.
O livro me chamou a atenção. Só por isso já ganhou pontos. Eu tinha começado a ler antes, mas estava com outros no começo da lista, e acabei não continuando. Curiosamente desta vez, eu não estou conseguindo parar. Li o primeiro em dois dias, já estou lendo o segundo, e doida para ver o final da história.
O livro se passa numa época futurística, em que a América do Norte acabou e se formou uma grande nação no seu lugar chamada Panem, formada por 13 distritos e a Capital, que comanda todos eles. Em uma revolução o 13° foi esmagado, e uma regra foi criada. Todo ano, cada distrito deveria enviar dois jovens, entre 12 e 18 anos, escolhidos por sorteio, para participar dos Jogos Vorazes, onde esses 24 jovens seriam confinados em uma arena, onde eles devem se matar até sobrar um vitorioso, para relembrar que eles não deveriam se rebelar novamente.
A personagem principal, Katniss, mora com a mãe e a irmã Prim, de 12 anos, no distrito 12, o mais pobre. Elas sobrevivem muito parcamente, mas conseguem se manter. No sorteio, sua irmã mais nova é escolhida, e Katniss resolve se voluntariar no seu lugar. Assim ela é mandada à Capital junto com Peeta, um rapaz que no passado ajudou sua família. Ela ganhando, traz fama, fortuna, e dinheiro para viver confortavelmente o resto da vida. Perdendo, ela morre e prejudica mais ainda a vida de sua família.
Achei a personagem principal Katniss, um pouco chata e confusa, e suas reações são muito exageradas. Isso dá um tom um tanto raivoso na hora da leitura, pois o livro é narrado por seus pensamentos, então muitas vezes me vi tendo raiva dela.
A história é cativante, e dá para sentir que tem algo mais por trás de todo aquele mundo rico e desmiolado da Capital e daquele jogo cruel, o que faz com que queiramos ler os próximos para descobrir. A leitura é fácil, então passa voando e é uma boa pedida para quem gosta de entreterimento e uma pontada de mistério.
O filme ficou muito parecido e achei bem fiel ao livro, com poucas modificações. Mas recomendo que seja visto depois da leitura, porque pessoalmente, gosto de imaginar os personagens e muitos imaginei totalmente diferentes.
Link da Resenha: http://www.sincerando.com/2013/02/jogos-vorazes.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Na tradição de Henry James e Edgar Allan Poe, uma história incrível sobre uma menina e o poder de sua imaginação.”
No interior da Nova Inglaterra em 1891, Florence, de 12 anos, e seu irmão caçula, Giles, moram numa grande casa com alguns funcionários, sustentados por um tio que se tornou seu tutor, uma vez que os dois são órfãos. O tio, mora em Londres, e permanece afastados dos dois, que nem o conhecem. Passam o dia brincando pela casa, até que um dia Florence descobre uma enorme biblioteca atrás de uma porta desconhecida.
Giles não se interessa por aquele amontoado de papel com símbolos desconhecidos, salvo por ver alguns com figuras grandes. Florence, por sua vez, fica deslumbrada, e quer mais que tudo, descobrir como ler tudo o que se encontra ali. Uma coisa a impede: ela não sabe ler e seu tio não quer que ela aprenda.
Em outro foco, a casa é dita como mal-assombrada e Florence tem sonhos tenebrosos com uma mulher que ameaça seu irmão. Sua educação não é importante, mas seu irmão precisa de uma perceptora. Uma mulher misteriosa aparece para o cargo, e se torna perturbadora para a menina, que começa a se preocupar em proteger seu irmão e seu segredo.
O livro me tocou de várias maneiras. O amor de Florence pelos livros me levou a ver uma realidade que felizmente não enfrentei: como somos sortudos por sabermos ler, e como fazemos tão pouco disso às vezes. O analfabetismo é uma realidade para várias pessoas atualmente, assim como o analfabetismo funcional, e mais triste ainda o que vemos com uma frequência perturbadora: os que sabem ler e não sabem interpretar. Um grande número de pessoas que não conseguem entender o que está escrito ou não conseguem ultrapassar as palavras e ver o que existe por trás delas.
O livro se desdobra em outro assunto também. Florence desconfia da perceptora e entra numa guerra contra esta. Mas coisas do passado e atitudes da menina nos confundem. Será que suas preocupações são reais, ou ela tem uma imaginação muito grande? É um grande suspense, cheio de descobertas, reviravoltas e desconfianças.
O desfecho do livro é surpreendente e perturbador. Traz um grande mistério e questionamento. Mas vale muito a pena. O livro é de tirar o fôlego, roubando os minutos até o final. É o tipo de história que não se consegue largar. Os personagens são cativantes, e a trama é densa.
Link da resenha: http://www.sincerando.com/2013/03/a-menina-que-nao-sabia-ler-promocao.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Como a chuva não a deixava dormir, ela se sentou, esfregou os olhos e pegou o livro. As páginas farfalharam cheias de promessas quando ela o abriu. Meggie achava que esses primeiros sussurros soavam de maneira diferente em cada livro, conforme ela soubesse ou não o que ele lhe contaria.”
Ao ler em voz alta, Mo não só encanta quem o ouve, como tem um dom inesperado: ele traz à vida coisas e seres do livro que lê. No aniversário de três anos de sua filha, Meggie, Mo traz alguns convidados inesperados e sua mulher acaba desaparecendo misteriosamente - para dentro do livro.
Com doze anos, Meggie nada sabe sobre isso. Mo é um maravilhoso encadernador e os dois amam ler. O mais estranho que ocorre em suas vidas é que os dois viajam muito, enquanto Mo muda de um serviço a outro. Tudo muda quando um misterioso homem aparece em sua casa e eles tem que partir em uma grande aventura.
O que falar de Coração de Tinta e sua autora? Os dois conquistaram um lugar especial no meu coração. Desde o começo do livro consegui sentir entre Mo e Meggie uma forte ligação e um forte relacionamento de pai e filha. Mo é um encadernador, ele recupera livros antigos que perderam capas, tem espinhas quebradas ou simplesmente precisam de uma nova “roupagem”. Ele é um pai atencioso e carinhoso, que inspira na filha a mesma paixão de ler que tem.
Meggie por sua vez é uma menina de 12 anos que não tem muitos amigos e viaja muito, tanto com o pai quanto nos livros. Já tendo lido diversos livros várias vezes, a menina tem um enorme apego aos amigos de papel e tinta, que só não é maior que o amor que tem pelo pai. Tendo sua mãe sumido misteriosamente, Mo é tudo que ela conhece e tem.
Tudo começa quando Dedo Empoeirado, um conhecido do pai de Meggie aparece na casa deles tarde da noite e dá um estranho aviso: Capricórnio está atrás deles. E assim conhecemos vários outros personagens, alguns encantadores, outros frios no início e amados no final e outros simplesmente abomináveis.
A autora escreve da maneira que ela descreve Mo lendo: apaixonante. Eu conseguia ver as cenas se passando pelos meus olhos como se realmente estivesse lá, sentindo medo por eles, amor, saudade. Fiquei cativa. Os capítulos são pequenos e o enredo tem um desenvolvimento maravilhoso. Apesar de ter 456 páginas, foi uma leitura rápida e que infelizmente acabou.
O desenvolvimento e o final do livro foram coerentes com a história toda e em alguns momentos eu fiquei pensando “olha, a autora esqueceu de falar deste detalhe” só para ver que em algumas páginas a frente a minha dúvida seria respondida.
O trabalho gráfico do livro é maravilhoso, a capa é linda, as folhas são amarelas e cada capítulo contém uma citação de outro livro no começo e uma ilustração no final. Não percebi nenhum erro de revisão ou tradução (mas fiquei tão imersa na história que não tenho certeza se teria percebido se houvesse algum). Espero agora gostar tanto dos outros dois volumes dessa série como gostei deste.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/coracao-de-tinta.html
GATILHO: Abuso Sexual, Pedofilia, Relacionamento Abusivo
ATENÇÃO: Esse livro é contém conteúdo para um público adulto (maiores de 18 anos)
Vanessa Wye aparece em diversas idades nesse livro. Dos 14 aos 30 e poucos anos, o livro passa de sua adolescência à sua vida adulta, mais especificamente, de 2000 à 2017. Aos 15 anos, Vanessa é uma estudante de colégio interno muito fechada, sem amigos e distante da família. Tem interesse particular por poesia e literatura, e é no professor dessa matéria, Jacob Strane, de 42 anos, que ela encontra alguém que se interessa por seus textos e indica livros, passando de uma relação de professor-aluna para alguém que ela considera seu primeiro amor.
A Vanessa de 2017 já enfrenta alguns problemas pessoais quando algo acontece: uma ex-aluna de Strane o acusa de abuso sexual. Mergulhada nas memórias do passado e ainda mantendo contato com o professor, Vanessa reavalia sua adolescência e seus sentimentos quanto ao relacionamento e suas consequências em sua vida.
“Parece estranho um homem de meia-idade reparar nas roupas de uma menina. Meu pai mal sabe a diferença entre um vestido e uma saia.”
Ler esse livro foi algo pesado para mim. De cara, a autora esclarece que não é baseado nem na sua própria história nem de ninguém que conheça, mas nem por isso deixa de ser perturbadora. O livro levanta vários questionamentos (que devem ser levantados, diga-se de passagem) e aborda diversas versões para a mesma questão. Como a reação de vítimas de abuso pode ser totalmente diferente, como a visão do que é um abuso pode ser diferente.
Vanessa conta para quem a confronta que a história que viveu foi complicada, que ela não é sobrevivente de abuso. Mas em vários momentos ela demonstra se sentir de outra maneira. Strane é a primeira pessoa que ela sente que a viu de verdade, que diz serem iguais. Um homem inteligente, sofisticado, culto. Ao mesmo tempo em que Vanessa se sente poderosa, especial, venerada, ela se sente desconfortável, manipulada, e se questiona do que lembra e do que sente.
“Fico sem ar ao pensar em como estou perto de um grave passo em falso. Uma única reação errada poderia arruinar tudo.”
É muito doloroso acompanhar o processo de aliciamento pelo que passa e os abusos são muito explícitos e detalhados. A sua vida de 17 anos depois ainda é muito afetada por tudo que a protagonista passou. Se você for sobrevivente, tenha cuidado a ler esse livro, pois pode trazer muitos gatilhos. Ao mesmo tempo, tive a impressão de ler algo que pode ajudar as pessoas a entenderem melhor essa questão de abuso e de como isso modifica e marca uma pessoa, além de ajudar a prevenir.
“Eu não digo, mas às vezes tenho a sensação de que é exatamente isso que ele está fazendo comigo: me desconstruindo, me montando outra vez como alguém novo.”
Diversos adultos tiveram o poder de parar esse abuso, de interferir no que estava acontecendo, e muitos viraram as costas, inventaram desculpas, priorizaram outras questões. Vanessa não tinha educação sexual, orientação familiar ou uma rede de suporte próxima. Ela não se sentia segura para confidenciar com ninguém, e se sentia envolvida em problemas toda vez que alguém se preocupava com a sua situação.
Poderia escrever páginas e mais páginas sobre esse livro e como me afetou. Como esse tipo de coisa afeta a vida de muitas meninas reais, que sem apoio podem sofrer consequências por muitos anos. Se você passou por algo abusivo, procure ajuda. Se apoie em alguém de confiança, faça terapia, não desista de quem você é e de quem pode ser.
Deixo aberto a sessão de comentários e a caixa de mensagens do Facebook do blog e do Instagram para quem quiser conversar sobre esse livro.
“Porque se não for uma história de amor, então o que é?”
Resenha originalmente publicada no blog Sincerando, por Sarah Sindorf.
Resenha do Blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações.”
A história gira em torno de Hazel Grace, uma menina de 16 anos vítima de um câncer de tireóide, mas que se espalha e se encontra no estágio IV (terminal). Sua mãe resolve que ela estaria em depressão, e o médico indica um grupo de apoio que ela passa a frequentar. Nesse grupo ela conhece Isaac, cego de um olho e com câncer no segundo e Augustus, que teve câncer e tem uma perna amputada, mas já está sem sinais dele.
Com isso ela passa seus dias lendo, vendo American Next Top Model e outros programas do gênero, tendo suporte respiratório pois seus pulmões não respiram mais sozinhos, mas mantendo um ar irônico e realístico sobre sua vida e o que a cerca. Sua mãe passa os dias ao seu lado e seu pai trabalha fora, sustentando a família.
Tenho que confessar que o livro me emocionou e me surpreendeu. Estava esperando um final e um desenrolar que fico feliz em dizer, não vieram. A primeira vista, Hazel e Augustus parecem ser muito parecidos, mas numa análise maior, percebe-se que são muito diferentes, embora os dois sejam apaixonantes.
O livro é relativamente pequeno e a leitura é rápida , mas me pareceu que eu queria arrastar o final e imaginar a história, viajar com os personagens antes que o escritor terminasse sua história. Lidamos com a doença, com a reação dos parentes, com a reação dos pacientes, com a luta de ter uma vida com câncer e não uma batalha contra ele. E o livro tem tantos dilemas existenciais que é impossível não pensar em um deles.
Apesar da temática, existem inúmeros momentos divertidos, sarcásticos, apaixonantes, e acho que isso é que faz o livro ser tão especial, a forma de lidar com o tema mostrando que até uma pessoa com tempo limitado de vida pode ter uma vida normal, e que não é por ser doente que eles não estão vivos e não merecem ter as experiências que todos temos.
Quando leio algo assim, sempre fico feliz em não estar doente, e não ter essa perspectiva de morte iminente, e ter o tempo ao meu favor. Mas sempre fico irritada quando vejo uma visão de que à beira da morte devemos viver mais intensamente. Como Hazel diz no livro, por não estarmos doentes, achamos que não iremos morrer, o que não é nem de perto, a verdade. Estamos todos à beira da morte, somente pelo fato de estarmos vivos. Então porque não aproveitarmos o tempo para viver, e quem sabe, deixar nossa tão esperada marca, o mais cedo possível?
Mais informações: http://www.aculpaedasestrelas.com.br/
Link da resenha: http://www.sincerando.com/2013/02/a-culpa-e-das-estrelas.html