GATILHO: Abuso Sexual, Pedofilia, Relacionamento Abusivo
ATENÇÃO: Esse livro é contém conteúdo para um público adulto (maiores de 18 anos)
Vanessa Wye aparece em diversas idades nesse livro. Dos 14 aos 30 e poucos anos, o livro passa de sua adolescência à sua vida adulta, mais especificamente, de 2000 à 2017. Aos 15 anos, Vanessa é uma estudante de colégio interno muito fechada, sem amigos e distante da família. Tem interesse particular por poesia e literatura, e é no professor dessa matéria, Jacob Strane, de 42 anos, que ela encontra alguém que se interessa por seus textos e indica livros, passando de uma relação de professor-aluna para alguém que ela considera seu primeiro amor.
A Vanessa de 2017 já enfrenta alguns problemas pessoais quando algo acontece: uma ex-aluna de Strane o acusa de abuso sexual. Mergulhada nas memórias do passado e ainda mantendo contato com o professor, Vanessa reavalia sua adolescência e seus sentimentos quanto ao relacionamento e suas consequências em sua vida.
“Parece estranho um homem de meia-idade reparar nas roupas de uma menina. Meu pai mal sabe a diferença entre um vestido e uma saia.”
Ler esse livro foi algo pesado para mim. De cara, a autora esclarece que não é baseado nem na sua própria história nem de ninguém que conheça, mas nem por isso deixa de ser perturbadora. O livro levanta vários questionamentos (que devem ser levantados, diga-se de passagem) e aborda diversas versões para a mesma questão. Como a reação de vítimas de abuso pode ser totalmente diferente, como a visão do que é um abuso pode ser diferente.
Vanessa conta para quem a confronta que a história que viveu foi complicada, que ela não é sobrevivente de abuso. Mas em vários momentos ela demonstra se sentir de outra maneira. Strane é a primeira pessoa que ela sente que a viu de verdade, que diz serem iguais. Um homem inteligente, sofisticado, culto. Ao mesmo tempo em que Vanessa se sente poderosa, especial, venerada, ela se sente desconfortável, manipulada, e se questiona do que lembra e do que sente.
“Fico sem ar ao pensar em como estou perto de um grave passo em falso. Uma única reação errada poderia arruinar tudo.”
É muito doloroso acompanhar o processo de aliciamento pelo que passa e os abusos são muito explícitos e detalhados. A sua vida de 17 anos depois ainda é muito afetada por tudo que a protagonista passou. Se você for sobrevivente, tenha cuidado a ler esse livro, pois pode trazer muitos gatilhos. Ao mesmo tempo, tive a impressão de ler algo que pode ajudar as pessoas a entenderem melhor essa questão de abuso e de como isso modifica e marca uma pessoa, além de ajudar a prevenir.
“Eu não digo, mas às vezes tenho a sensação de que é exatamente isso que ele está fazendo comigo: me desconstruindo, me montando outra vez como alguém novo.”
Diversos adultos tiveram o poder de parar esse abuso, de interferir no que estava acontecendo, e muitos viraram as costas, inventaram desculpas, priorizaram outras questões. Vanessa não tinha educação sexual, orientação familiar ou uma rede de suporte próxima. Ela não se sentia segura para confidenciar com ninguém, e se sentia envolvida em problemas toda vez que alguém se preocupava com a sua situação.
Poderia escrever páginas e mais páginas sobre esse livro e como me afetou. Como esse tipo de coisa afeta a vida de muitas meninas reais, que sem apoio podem sofrer consequências por muitos anos. Se você passou por algo abusivo, procure ajuda. Se apoie em alguém de confiança, faça terapia, não desista de quem você é e de quem pode ser.
Deixo aberto a sessão de comentários e a caixa de mensagens do Facebook do blog e do Instagram para quem quiser conversar sobre esse livro.
“Porque se não for uma história de amor, então o que é?”
Resenha originalmente publicada no blog Sincerando, por Sarah Sindorf.
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Alexis conhece Connor ao acordar em seus braços. Praticamente desempregada e sem um teto definitivo, ela está grávida. Acaba passando mal no meio da rua e desmaiando, e Connor foi a única pessoa que parou para ajudá-la. Connor por outro lado é um cowboy solitário, que toca a sua fazenda, mas por um imprevisto acaba precisando de uma esposa. Será que essa união dará certo ou um dois sairá perdendo?
Como eu gosto de começar o ano lendo livros leves, encontrei esse ebook gratuito na Amazon e achei perfeito. É um livro pequeno, de 135 páginas, mas é muito tranquilo e não é um romance erótico, com cenas explícitas de sexo.
Alexis é uma mulher solitária e independente que sabe cuidar de si e sobrevive na adversidade há alguns anos, mas que acabou engravidando e está com medo do futuro do bebê. Trabalhando em um ambiente impróprio para grávidas, ela conhece Connor quando passa mal mas tenta se manter distante, pois um homem bonito é o que ela menos precisa agora.
Connor é o típico mocinho de livros românticos, honesto, bonito, trabalhador e cavalheiro. Cuida da fazenda que é da família há gerações, mas um acontecimento fora do seu controle acaba atingindo sua propriedade e suas finanças, o forçando a fazer o impensável para salvar o único lar que conhece.
Cheio de clichês do gênero, gostei que o livro não se estendeu muito e resolveu logo os problemas criados na trama, sem muita enrolação, no tempo certo. Os dois são personagens quase perfeitos, e vão se conhecendo e se completando aos poucos. Recomendo para quem gosta do gênero e quer uma leitura leve para começar 2018.
Confiram (e comentem) essa resenha em: http://www.sincerando.com/2018/01/uniao-de-coracoes.html
Resenha no blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Gameknight999 é um jogador de Minecraft muito bom. Ele tem os melhores equipamentos e sabe muito bem como usá-los. Infelizmente, ele também gosta de destruir o jogo do outros, detonando construções e matando outros jogadores em servidores online. Arrumando muitos inimigos e não se importando com ninguém, ele tem uma grande surpresa quando acaba de alguma maneira acordando dentro do jogo, sem nada no inventário.
Preso no mundo que ele ama, mas sentindo dores e fome como no mundo real, Gameknight999 acaba descobrindo que há várias coisas em Minecraft que ele desconhecia, e que seus atos no passado eram muito graves. Agora ele precisa ajudar esse mundo e retornar ao seu.
Como gosto do jogo Minecraft, fiquei interessada quando vi esse livro nas livrarias, mas li sem nem ter visto a sinopse antes, então foi uma surpresa saber que era um menino que acaba dentro do jogo, quando eu esperava que já começasse com o jogo como mundo. No prefácio o autor nos fala um pouco de como conheceu o jogo e o que o motivou a escrever esse livro, e achei interessante sua abordagem sobre trollagem e bullying.
O livro é voltado há um público mais novo, de crianças e pré-adolescentes, mas eu gostei da leitura. Gameknight999 é um menino novo e um pouco mimado, que sofre bullying no colégio, mas que no jogo acaba praticando bullying também, trollando jogadores e não se importando com ninguém. Quando cai no mundo novo, ele percebe que não conhecia aquele lugar onde ia toda hora e que precisa defender.
Quero muito ler os próximos livros para saber como essa história vai se desenrolar mas não quero falar muito mais para não dar spoilers pois o livro é curtinho.
Link: http://www.sincerando.com/2016/01/invasao-do-mundo-da-superficie.html
Resenha no blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Audrey é uma adolescente que passou por um grande trauma e sofre de ansiedade e depressão (eu li em inglês, que era “Social Anxiety Disorders, General Anxiety Disorder and Depressive Episodes”). Ela mora com seus pais e seus dois irmãos, e não sai de casa há meses. Tentando voltar à sua rotina normal e à escola, ela acompanha o dia-a-dia da família, lê e assiste televisão.
Um dia, seu irmão mais velho traz um amigo do colégio, Linus, e Audrey acaba se isolando em mais um episódio de ansiedade, pois ela tem muita dificuldade de interagir com as pessoas à sua volta, principalmente as de fora da família. Ela passa o dia inteiro usando óculos escuros e se refugia em lugares com pouca luminosidade. Envolvida em uma briga familiar sobre jogos de computadores, ela se torna uma das razões para Linus parar de frequentar à casa. Incomodada por não poder fazer contato com o menino e a pedido do irmão, ela começa lentamente a ter mais contato com ele e se abrir para novas amizades e talvez um novo amor.
Queria ler esse livro há muito tempo, e foi na viagem para os EUA que eu finalmente comprei um volume hardcover. Acompanhamos a história de Audrey (e sua nada convencional família) e o seu crescimento durante o livro, e apesar de tratar de alguns temas bem sérios (bullying, ansiedade, depressão), e consegui me divertir muito em vários trechos.
A família de Audrey é bem diferente do normal. Seu pai, muito apaixonado pela mãe, acaba cedendo em muitas coisas e não se impondo muito, além de estar sempre distraído. Sua mãe virou dona de casa depois do problema pelo qual Audrey passou, e acaba ficando um tanto neurótica com as publicações de seu jornal favorito, o que acaba perturbando a vida da família. Seu irmão mais velho é focado em videogames e gostaria de futuramente viver disso e seu irmão mais novo de 5 anos é adorável.
Audrey não fala com detalhes do que aconteceu no passado, mas temos várias dicas no livro e podemos perceber que houve um caso de bullying na escola que a afetou profundamente. Ela perdeu o contato com os colegas do colégio e está esperando melhorar da ansiedade para começar a frequentar uma nova escola.
Fiquei muito feliz com a seriedade e ao mesmo tempo leveza que a autora usou para explorar o tema. Audrey tem contato com uma terapeuta (o que é muito importante pois muitas vezes vemos personagens que declaram sofrer de depressão e até comentam uma vez que vão a um terapeuta, mas isso nunca aparece) que a ajuda a entender o que passou e mudar algumas atitudes que a atrapalham a ter a vida que ela tinha e quer voltar a ter.
Link: http://www.sincerando.com/2015/12/finding-audrey.html
Resenha no blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Megan e Peter tem uma vida tranquila com suas três filhas: Hannah, Alexis e Emma. Tudo muda quando em uma manhã ensolarada, Emma some. Começa então muito sofrimento e angústia para essa família. Dois anos depois, Megan ainda procura pela filha, enquanto sua família tenta seguir em frente.
Incapaz de esquecer a filha e vendo seu rosto em várias crianças, Megan sofre não só com seu desaparecimento, mas também com as brigas com o marido e as filhas e o distanciamento dos mesmos. Eles querem a mulher e mãe que ela era de volta, mas ela não consegue entender como podem exigir que esqueça a filha que espera ter de volta.
Por outro lado temos Jack e Dottie, que vivem com sua adorada neta. Dottie tem alguns problemas de memória e Jack começa a desconfiar que algumas coisas que ela lhe contou não são exatamente daquela maneira. O livro é narrado por Megan e Jack e intercala a história das duas famílias.
Vi esse livro de graça na Amazon através do Kindle Unlimited, e fiquei interessada em saber como terminaria. Peguei para ler em um dia e só li um capítulo, mas devorei o restante do livro no dia seguinte. Fiquei totalmente cativa da história e do destino dos personagens.
Megan é uma jovem mulher que passou por um grande trauma: perder a filha de três anos. O primeiro capítulo mostra como ocorreu e no segundo já se passaram dois anos. Ela passou por aconselhamento psiquiátrico e tomou medicamentos no começo, mas agora já conseguiu reestabelecer algumas coisas na sua vida, apesar de ainda reconhecer sua filha em cada criança que vê e acabar abordando ansiosamente mães com suas crianças. Sua família sofre com isso ao sentir que Emma tem uma prioridade maior em sua vida e acabam se distanciando emocionalmente.
Já Jack é um senhor que morre de saudades de sua filha Mary, mas tem como consolo sua pequena neta, uma menina cheia de alegria e vida. Passa por dificuldades com sua amada mulher Dottie, que tem tido cada vez mais lapsos de memória e mudanças de humor. Com alguns relances do passado dos dois, conseguimos acompanhar sua história e simpatizar com suas dificuldades.
A maior parte do livro traz o que já passou com os personagens e a definição de seu caráter e atitudes, o que me deixou extremamente ansiosa, pois queria logo saber se Megan reencontraria sua filha ou não. O livro é em inglês, mas eu consegui ler bem, só não entendendo algumas palavras.
Algumas personagens me irritaram bastante, e eu só queria que eles arrumassem logo as coisas. A escritora lançou mais alguns ebooks sobre a história, dois sobre Dottie e Jack e um sobre Emma e sua família, e estou ansiosa para lê-los. Recomendo para aqueles que gostam de um suspense, mas queria que o final desse livro fosse um pouco mais desenvolvido, vou ler os outros para ver se complementam.
Link: http://www.sincerando.com/2015/04/finding-emma.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Em um dia, à meia-noite, todos os recém nascidos morrem. Depois percebem que todos os bebês com menos de um ano e animais e plantas novos também morreram. Uma grande onda de tristeza e melancolia atinge a todos, até que uma onda de desespero e pensamento de que o fim do mundo chegou se abate.
Ordenado a organizar e investigar algumas informações, o Repórter também lida com uma questão pessoal: sua esposa está grávida e prestes a dar à luz o seu primeiro filho. Tendo que lidar com ódio, desespero e burocracias militares, ele tenta correr contra o tempo e não só descobrir o que houve, mas tentar achar uma forma de permitir que seu primogênito chegue ao mundo com vida.
Lendo a sinopse desse livro, fiquei muito interessada. Gosto desse tipo de “e se...”, como a humanidade reagiria frente à essa situação? Praticamente todos perdem alguém próximo, seja um filho, um sobrinho, um neto, ou um filhote. Maior do que a tristeza que as pessoas passam, está o desespero. É o Fim do Mundo?
Uma coisa que achei muito interessante é que alguns personagens não tem nome. Temos o Repórter, a Esposa, o Padre, o Governador. Apesar de estar acostumada com personagens nomeadas, eu gostei dessa mudança. Por mais que o Governador tenha outras facetas e outras prioridades além de seu cargo, de alguma maneira a falta de nomes me ajudou a focar mais na narrativa e me prender menos em “quem é esse mesmo? Ah sim, o governador”.
Gostei muito da escrita do autor, que me fez voar pelo livro e gostei de várias argumentações feitas no livro. No meio das investigações e problemas atravessados, vemos várias reflexões de várias personagens, reflexões sobre religião, futuro e até mesmo humanidade. Apesar de parecer um pouco extremista, não achei as reações descritas no livro tão impossíveis assim de acontecer.
Vemos pessoas preocupadas com coisas sérias, como “terá alimento no futuro, a raça humana será extinta?” assim como pessoas preocupada com vícios, como internet, celebridades e outras coisas que não seriam prioridades no momento. Achei interessante essa crítica, e com certeza posso ver pessoas que agiriam assim.
A diagramação do livro é ótima. A letra é grande, as páginas são amarelas. Só tenho uma coisa a “reclamar”: que capítulos gigantescos! Sabe aquela mania de “quando acabar o capítulo eu vou fazer...”? Então, quase não conseguia fazer nada! haha
Quanto ao final: ainda estou meio dividida. Não vou dar spoiler aqui, mas em um primeiro momento eu senti estranheza em relação a ele, e até hoje me pego entre gostar ou não do mesmo. Mas, achei que o livro foi bem fechado e de forma coerente com a história. Deixo aqui um convite para conhecer a obra, e pretendo ler mais livros do autor.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/filhos-do-fim-do-mundo.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Ciro está voltando para casa quando uma menina que ele nunca viu na vida manda que não entre na van. E a partir daí ele conhece Selene, uma menina com aparência gótica e humor ácido, que o ajuda em vários momentos difíceis. O que nenhum dos dois poderia esperar é a diferença que um faria na vida do outro, e como tudo que conheciam mudaria.
Ciro é um adolescente com um problema de saúde que tem algumas complicações em casa também. Estudioso e ávido leitor, ele conhece Selene, que põe seu mundo de cabeça para baixo. Ele acaba conhecendo muito mais sobre ele e sobre o mundo, coisas que ele nem poderia imaginar.
Selene é uma menina com um humor diferente e pouca paciência. Cheia de mistério e com poucas respostas, ela ajuda Ciro a passar por vários problemas e a crescer. Simpatizei com os dois personagens e passei o livro todo ansiosa para ver o que aconteceria com eles nessa história. A autora conseguiu me prender e me surpreender.
A família de Ciro é difícil e sua vida também não é fácil, mas ele é um menino gentil e de bom coração, e isso faz com que conquiste o leitor. A autora conseguiu montar dois personagens estáveis e que se mantém fiéis às suas características até o final, e o mais importante, para mim, os dois poderiam ser pessoas reais, com atitudes que poderiam muito bem acontecer no dia-a-dia.
Achei o final muito bonito e coerente com o desenvolvimento da história. O livro traz muito sobre espiritualidade, anjos, misticismo, sem se prender ou defender uma religião específica nem tentar convencer o leitor de nada.
A diagramação não deixa nada a desejar, o livro tem como cor base o azul, que acompanha na cor da fonte do texto e nas ilustrações. Como nos outros livros da Coleção Medo, traz no final um compêndio com informações sobre a criatura sobrenatural do livro (no caso, anjos) e indicações de filme dentro do tema. Dessa coleção, foi um dos que eu mais gostei. Deixo aqui o convite para conhecer a obra ;)
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/anjo-meia-luz.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“De todos os monstros das trevas, o lobisomem é o que carrega a mais terrível maldição. Jamais deixa de ser uma criatura humana, sofrendo, a cada transformação, o tormento de seu lado brutal e incontrolável.”
Livro gentilmente cedido pela Editora Edelbra
Nesse livro temos dois personagens: de um lado, o lobisomem, que passa por uma transformação mensal e convive com uma fera brutal, e do outro, Javert, um caçador de CMIs - Criaturas Monstruosas Incontroláveis. E é durante uma caçada ao lobisomem que conhecemos os dois e sua história.
Confesso que o lobisomem não é a minha criatura sobrenatural favorita, e não costumo ler muitas histórias com eles. Entretanto, esse livro me trouxe uma nova visão e me fez gostar um pouquinho mais desse ser. Mas não pensem que o lobisomem desse livro é como o de Crepúsculo, pois não é. É uma fera passional e incontrolável quando transformada e um homem perturbado e com várias consciências quando desperto.
Javert é um caçador experiente e condecorado de uma organização que tem como fim esconder do mundo e caçar as CMIs. Diferente dos outros caçadores, Javert é um homem sombrio, dado como frio e calculista. Não interage socialmente e não tem outra vida a não ser a de caçador. Mas alguma coisa o atrai para esse lobisomem, que já vem caçando a muito tempo e tem um comportamento diferente dos demais.
O que eu mais gostei nesse livro é a caracterização do lobisomem. Como fera, não há capítulos narrados por ele, mas durante as três outras luas, o homem aparece com consciências diferentes. Atormentado pelo passado e pelas matanças que acontecem todo mês, ele se perde entre consciente e tomado pelos instintos “monstruosos”.
Uma coisa que achei muito interessante foi o processo da escrita das narrações do lobisomem. Quando sai de sua pelagem, o homem não consegue formar frases, se expressando basicamente por palavras únicas, como: Fome. Medo. Sede. De acordo com a mudança da lua, sua personalidade vai aparecendo mais, e suas sentenças vão melhorando, se tornando mais parecidas com o que conhecemos. O livro traz também relatórios da organização que nos mostram características e informações sobre lobisomens e sobre a caçada ao lobisomem deste livro.
Quanto à diagramação, está impecável e combina com a história. Os capítulos trazem as luas no final da página, perto da numeração e a cor da fonte/ilustração é da cor da capa. Gostei muito do trabalho do ilustrador, que trouxe várias passagens à vida. No final do volume temos um anexo com informações sobre lobisomens e indicações de filmes. Nesse momento, é o meu livro favorito na coleção e por mais que o final seja sombrio, eu gostei bastante. Recomendo aos que gostam de sobrenatural e lobisomens.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/sonetos-nas-trevas.html
Resenha do Blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Sobre a sua morte e sobre o que é sentir o mundo girando em órbita contrária à sua,
acordar com sua voz no quarto e deitar sabendo que nunca mais vou escutá-la.
Júlia é uma adolescente normal, com dúvidas e problemas de acordo com sua idade. Um dia, sua mãe a deixa na escola e ela não poderia estar mais despreparada para o que aconteceria. Sua vida acaba se transformando de uma forma inimaginável, e a menina precisa tomar decisões difíceis e dolorosas e aprender a lidar com seus sentimentos para conseguir passar por essa situação e voltar a viver.
O livro é bem curtinho, tem 104 páginas. Mas mesmo sendo pequeno, ele traz algumas lições que a meu ver poderiam ser aproveitadas por jovens nessa situação. Júlia sofre a perda de alguém muito importante em sua vida e, além da dor, precisa tomar decisões e amadurecer mais rápido do que o normal.
Não gostei muito da personagem Júlia, para dizer a verdade. É uma menina nova, mas um pouco mimada e chata às vezes. Em alguns momentos ela parece muito madura pra idade e em outros muito criança. Além disso, algumas situações que apareceram para que ela resolvesse foram situações estranhas, algumas eu acho que não caberia a ela resolver e outras não muito reais.
Em contrapartida, gostei da escrita da autora e de vários conselhos dados, que acredito que possam realmente ser úteis não só para alguém com uma perda recente, mas também para aqueles que não conseguiram lidar com alguma no passado. A sinopse me fez esperar uma história diferente, mas é interessante observar como a solidão é encarada e definida de forma diferente pelas pessoas.
Quanto à diagramação, é linda! O livro é todo azul, inclusive a parte externa das folhas, por fora, e amarelo com letras marrons por dentro. Os capítulos são divididos por páginas azuis e contém alguma dica sobre o que virá, como a citação no começo da resenha.
Não sei se não simpatizei muito com a personagem por ser mais velha que o público alvo, mas gostei da história e recomendo àqueles que possam estar passando por um momento difícil e se sentindo sozinhos. Nesses momentos nem sempre a ajuda de quem está por perto é suficiente e precisamos arrumar forças de algum lugar desconhecido para sobreviver e conseguir reconstruir a vida.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/sozinha.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Aos 4 anos, Shin Dong-hyuk lembra de ter visto uma execução pública. Essa foi só uma prévia do que viria a ser uma coisa normal. Filho de prisioneiros do campo 14, nascido e criado lá, Shin não tem acesso à educação, saúde ou condições adequadas de moradia. O que ele tem de sobra é fome, frio e abusos físicos e psicológicos. Criado para não confiar em ninguém, delatar qualquer um e pagar pelo pecado de seus ancestrais, Shin leva uma vida que, para nós, é inimaginável.
Sua rotina quando criança era: passar o fome o dia todo, comendo porções irrisórias de repolho cozinho e milho, e quando chegou a uma certa idade, ir para a escola. Mas escola aqui quer dizer um centro onde as crianças são educadas com as 10 regras do campo, e onde devem aprender a sempre obedecer aos professores e guardas, podendo morrer se não o fizerem.
As crianças já ajudam em algumas coisas no trabalho do campo, mas no começo da adolescência é que o mais pesado começa, levando até a privação de comida e surras se metas não forem atingidas. Doze a quinze horas de trabalho forçado em minas de carvão, fábricas e fazendas é o que conhecem como vida. Mas em algum momento isso muda, e tudo o que Shin pensa que sabe, se transforma.
Conseguindo o que era dado como impossível, Shin foge do campo onde nenhum outro homem (que se tenha conhecimento) fugiu, mas até hoje carrega as marcas físicas e mentais dos horrores que sofreu lá dentro. O livro carrega essas marcas e nos faz revelações tenebrosas de seu passado. Muitos trechos me fizeram refletir até que ponto a humanidade de uma pessoa pode existir em certas circunstâncias, e o quão baixo (para os nossos parâmetros) um ser humano pode chegar para sobreviver.
O livro é escrito por Blaine Harden, um jornalista que conduziu várias entrevistas com Shin e outras testemunhas do campos, ex-guardas, ex-moradores da Coréia, presos de outros campos com uma segurança menor, que foram soltos e conseguiram fugir da Coréia do Norte, apurando vários detalhes que ele deu sobre sua vida. Alguns desses depoimentos externos são citados no livro, assim como livros que o autor consultou e estão relacionados nas notas no final.
Fico muito triste por saber que existem esses campos na atualidade, e que essas pessoas são forçadas a passar por isso e considerar isso uma vida normal. O pior é que, segundo o livro, não é só o povo dos campos que sofre, mas a população da Coréia do Norte inteira passa fome e sofre para sobreviver. Mesmo Shin, que conseguiu se livrar disso tudo, em alguns aspectos não consegue levar uma vida normal. Me pergunto se as mudanças que sofreu poderiam algum dia ser revertidas e preciso ter a esperança que sim.
Para maiores informações, visitem essa página da Intrínseca (http://www.intrinseca.com.br/site/2013/03/documentario-sobre-o-campo-14-recebe-premio-do-forum-de-direitos-humanos-em-genebra/), que contém detalhes sobre um documentário filmado sobre a vida de Shin (que não assisti ainda), as dez leis do campo e mais algumas coisas relacionadas à sua vida.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/fuga-do-campo-14.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Posso falar sobre a escravidão apenas na medida em que foi por mim observada - apenas na medida em que a conheci e vivenciei em minha própria pessoa. Meu objetivo é dar uma declaração simples e verdadeira dos fatos: repetir a história de minha vida, sem exageros, deixando para outros determinarem se as páginas da ficção apresentam um retrato de uma maldade mais cruel ou de uma servidão mais severa.”
Solomon é filho de um ex-escravo, que assumiu o sobrenome de seu último senhor, Northup. Nasceu em 1808 e foi educado de forma superior às crianças de sua época, como ele diz. Seu pai, posteriormente à escravidão, tinha uma pequena fazenda, que lhe garantia o direito ao voto. Trabalhava na agricultura e tinha paixão por violino. Acabou se casando e tendo três filhos. Em 1841 aceitou uma oferta de emprego que o levou a ser enganado, sequestrado e submetido à escravidão por doze anos.
O autor tinha uma vida confortável com sua família e de certa forma não se preocupava com a possibilidade de ser escravizado, uma vez que nasceu livre. Entretanto, confiou em dois homens que lhe ofereceram um emprego como violinista, e que ajudaria a família por um bom tempo. Sendo levado à outro estado e drogado, ele se viu preso em uma casa onde se traficava escravos, onde apanhou e foi enviado ao Sul, onde a escravidão era mais praticada.
Contando sua posição de homem livre, Solomon foi ensinado através de surras que nunca mais deveria revelar essa informação, sendo ameaçado de morte. Ele desconhecia essa lei na época, mas sequestro e venda de homens livres como escravos era proibido. Depois de um período em cativeiro, se alimentando mal e apanhando, ele foi vendido para uma fazenda onde conseguiu se recuperar e até fazer amizade com seu senhor e alguns outros escravos.
Infelizmente, ele foi vendido novamente e passou por vários problemas: trabalho excessivo, tortura (chibatadas e ameaças de morte), fome, falta de vestimenta apropriada e o mais importante: falta de liberdade. Seu coração doía permanentemente com a distância e a falta de informações sobre sua família. Sequer sabia se eles estavam conscientes de que ele tinha sido escravizado.
O livro relata o sistema de Escravidão da época, incluindo desde o funcionamento de colheita de algodão e fabricação de açúcar até formas de tortura física e psicológica que eram usadas nos escravos para “motivá-los” a aumentar a produção. Apesar de todo o sofrimento pelo que passou, Solomon ainda conseguia aproveitar pequenos momentos de prazer: conversar com outros escravos, tocar violino nas redondezas, entre outras coisas.
É uma história muito sofrida mas que felizmente terminou em sua soltura em 1853 e na publicação deste livro. É interessante observar algumas questões sociais da época também, como a necessidade de se ter uma propriedade para se poder votar e a impossibilidade de negros poderem testemunhar ou abrir processos. Graças ao relato quase técnico do autor, esse livro poderia ser incluído como material em sala de aula.
Na introdução e no posfácio também constam informações sobre a vida que o autor levou pós-libertação (concluindo em uma morte desconhecida, tanto em causa quanto em local/data) e sobre o filme (que não assisti ainda, mas pretendo em alguma data breve). É uma grande lição de superação e trago a esperança que as pessoas percebam que não era uma situação injusta com ele, por ter sido escravizado injustamente, mas com todos os negros que foram escravizados e que não tinham nem a esperança de uma possível libertação.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/doze-anos-de-escravidao.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Quero fazer do mundo um lugar mais mágico. Dar à magia uma forma que as pessoas apreciem e que possa mudar suas vidas. Criar uma arte que faça com que as pessoas queiram sempre rejeitar o mundo prosaico e medíocre que as cerca. Minhas ferramentas podem ser o tarô, o trabalho com grupos de energização ou a fotografia, mas meu objetivo é compartilhar com as pessoas toda a maravilha e a beleza que descobri enquanto fiquei trancafiado em uma cela por quase vinte anos”.
Aos 18 anos, Damien e dois amigos foram acusados pelo assassinato de três meninos de 8 anos em West Memphis, no Arkansas. No entanto, enquanto seus amigos tiveram como pena a prisão perpétua, Damien foi para o Corredor da Morte, esperar por sua execução. O que diferencia seu caso de outros milhares de presos, é que o julgamento foi feito com vários falsos testemunhos, faltas de provas e pressão popular, e segundo tudo consta, passou 18 anos injustamente encarcerado.
Através do documentário Paradise Lost: the Child Murders at Robin Hood Hills, de 1996, seu caso veio à público, e ganhou apoio de várias celebridades. Em 2011, Damien e seus amigos finalmente foram libertados. O autor então conta nesse livro como foi sua vida pré-prisão e como passou esses 18 anos lutando por sua libertação.
“Ouvir as cigarras é como ter o coração esfaqueado por lâminas de gelo. Elas me lembram que a vida continuou para o mundo enquanto fiquei isolado em uma caixa-forte de concreto. Em muitas noites, fui acordado pela sensação de ratos caminhando sobre meu corpo, mas nunca ouvi o canto de verão das cigarras. A última vez que o ouvi, ainda não tinha vinte anos.”
Comprei essa biografia na Bienal do Rio, ano passado, e não esperava que fosse tão pesada. Esperava que fosse triste, pois uma enorme injustiça foi feita e o autor passou anos sem saber se morreria por algo que não fez ou se algum dia respiraria ar puro novamente. Entretanto, a vida de Damien Echols foi muito pesada desde o começo.
Filho de uma família pobre, Damien passou anos na miséria, algumas vezes literalmente passando fome, além de ter sofrido maus tratos e ter sido vítima de vários preconceitos, entre eles na adolescência, quando se achou na música metal e no visual que hoje chamamos de gótico. Morar numa cidade pequena e limitada com um visual diferente do normal não deve ter sido uma experiência feliz.
O livro contém vários trechos que ele conseguiu escrever em seus anos preso, e oscilam entre depressão e uma esperança enorme. Dentro da prisão, ele estudou e praticou religiões diferentes, e teve provas de amor, compaixão e crueldade humana. Tudo isso contribuiu para que ele mantivesse sua sanidade e esperasse que as coisas pudessem melhorar. Também traz algumas fotos desse período e pós libertação.
“Quase todas as vezes que dou uma entrevista, me perguntam do que mais sinto falta. Quando fazem isso, cem coisas passam por minha mente e as lembranças em causam aquela sensação de queda livre na boca do estômago. (...)
No fim, não é das frutas que mais sinto falta, mas, se você juntasse todas as privações, o resultado final seria algo assim: sinto falta de ser tratado como um ser humano.”
A descrição da justiça local e das prisões em que esteve preso são horripilantes e amedrontadoras. Como aconteceu com ele, poderia ter acontecido com qualquer um, e provavelmente acontece muito por ai. Não foi o primeiro caso de prisão injusta que já ouvi e infelizmente não deve ser o último. A história dele também é contada através de três documentários (Paradise Lost 1, 2 e 3) e em seu site, damienechols.com.
Damien teve sorte, pois tiveram o interesse de filmar esses documentários, e foram eles que tornaram seu caso conhecido e facilitaram sua libertação. Mesmo assim, foi um processo demorado e doloroso, cheio de falhas da defesa e apatia dos advogados, que sem a pressão e ajuda de celebridades e amigos do autor, não seria possível. Provavelmente sem eles o autor estaria morto hoje em dia e sua história enterrada.
Foi um livro que mexeu muito comigo, e até agora não sei se o que escrevo aqui consegue refletir o quanto. É triste saber que uma pessoa inocente possa passar por tudo que ele passou, ao mesmo tempo que é um incentivo perceber como um ser humano pode sair disso são e pronto para viver os anos que ainda tem pela frente. É uma biografia forte e deixo aqui as palavras do próprio autor sobre a sua leitura:
“Fico aborrecido de imaginar as pessoas lendo minhas palavras por curiosidade mórbida. Quero que leiam o que escrevo porque isto tem um significado para elas - seja por fazê-las rir ou por lembrá-las de coisas esquecidas que em algum momento tiveram importância para elas, ou simplesmente por comovê-las de algum modo. (...)
Se alguém começar a ler porque deseja ver a vida a partir de uma perspectiva diferente, ficarei satisfeito. Se lerem para saber como é a vida pelo meu ponto de vista, fico feliz. São os sanguessugas que me deixam doente e incomodado - os que não dão a mínima para mim e só se interessam por coisas como prisioneiros no Corredor da Morte.”
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/vida-apos-morte.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Como a chuva não a deixava dormir, ela se sentou, esfregou os olhos e pegou o livro. As páginas farfalharam cheias de promessas quando ela o abriu. Meggie achava que esses primeiros sussurros soavam de maneira diferente em cada livro, conforme ela soubesse ou não o que ele lhe contaria.”
Ao ler em voz alta, Mo não só encanta quem o ouve, como tem um dom inesperado: ele traz à vida coisas e seres do livro que lê. No aniversário de três anos de sua filha, Meggie, Mo traz alguns convidados inesperados e sua mulher acaba desaparecendo misteriosamente - para dentro do livro.
Com doze anos, Meggie nada sabe sobre isso. Mo é um maravilhoso encadernador e os dois amam ler. O mais estranho que ocorre em suas vidas é que os dois viajam muito, enquanto Mo muda de um serviço a outro. Tudo muda quando um misterioso homem aparece em sua casa e eles tem que partir em uma grande aventura.
O que falar de Coração de Tinta e sua autora? Os dois conquistaram um lugar especial no meu coração. Desde o começo do livro consegui sentir entre Mo e Meggie uma forte ligação e um forte relacionamento de pai e filha. Mo é um encadernador, ele recupera livros antigos que perderam capas, tem espinhas quebradas ou simplesmente precisam de uma nova “roupagem”. Ele é um pai atencioso e carinhoso, que inspira na filha a mesma paixão de ler que tem.
Meggie por sua vez é uma menina de 12 anos que não tem muitos amigos e viaja muito, tanto com o pai quanto nos livros. Já tendo lido diversos livros várias vezes, a menina tem um enorme apego aos amigos de papel e tinta, que só não é maior que o amor que tem pelo pai. Tendo sua mãe sumido misteriosamente, Mo é tudo que ela conhece e tem.
Tudo começa quando Dedo Empoeirado, um conhecido do pai de Meggie aparece na casa deles tarde da noite e dá um estranho aviso: Capricórnio está atrás deles. E assim conhecemos vários outros personagens, alguns encantadores, outros frios no início e amados no final e outros simplesmente abomináveis.
A autora escreve da maneira que ela descreve Mo lendo: apaixonante. Eu conseguia ver as cenas se passando pelos meus olhos como se realmente estivesse lá, sentindo medo por eles, amor, saudade. Fiquei cativa. Os capítulos são pequenos e o enredo tem um desenvolvimento maravilhoso. Apesar de ter 456 páginas, foi uma leitura rápida e que infelizmente acabou.
O desenvolvimento e o final do livro foram coerentes com a história toda e em alguns momentos eu fiquei pensando “olha, a autora esqueceu de falar deste detalhe” só para ver que em algumas páginas a frente a minha dúvida seria respondida.
O trabalho gráfico do livro é maravilhoso, a capa é linda, as folhas são amarelas e cada capítulo contém uma citação de outro livro no começo e uma ilustração no final. Não percebi nenhum erro de revisão ou tradução (mas fiquei tão imersa na história que não tenho certeza se teria percebido se houvesse algum). Espero agora gostar tanto dos outros dois volumes dessa série como gostei deste.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/coracao-de-tinta.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“A família Dashwood estava estabelecida em Sussex desde antes da Alteração,
quando as águas do mundo se tornaram frias e abomináveis para os filhos do homem,
e as trevas se moveram sobre a superfície dos oceanos.”
Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos segue praticamente a história principal do clássico em que se baseou, com algumas modificações. Elinor, Margareth e Marianne, junto com sua mãe, ficam desalojadas quando seu pai morre, e vão parar em um chalé de um parente distante. Mas, diferente do original, seu pai não morreu de uma doença, mas sim de um ataque de um tubarão-martelo.
Nesse mundo, as pessoas precisam se preocupar com qualquer ser marinho, desde os pequenos peixes aos poderosos mamíferos, pois desde a Alteração, um acontecimento sem explicação, todos os animais marinhos se voltaram violentamente contra a população humana. Depois da morte do Sr. Dashwood, as três irmãs e sua mãe perdem o lar para John Dashwood, filho do primeiro casamento de seu pai, e acabam se mudando para um chalé em uma ilha longe de sua casa e muito misteriosa, perto de seu parente e locatário, John Middleton.
Em meio aos problemas sociais, as irmãs enfrentam problemas no âmbito amoroso e relacionados à Alteração. Mas, ao contrário do que seria esperado, dado o comportamento das personagens na história original, e pelas suas próprias características descritas no livro, não pude reconhecer essas mesmas qualidades e atitudes.
Elinor, dada como a irmã mais sensata e razoável, muitas vezes deixa passar importantes detalhes e os ignora totalmente. Além disso, vários defeitos de alguns personagens, que são importantes para a construção e entendimento da história, são suavizados ou aumentados desnecessariamente. Mas o que mais me irritou nesse livro foi o desfecho. O autor cria todo um suspense (e o ignora em grande parte do livro) que termina de um modo não coerente. Enquanto em um momento é um grande problema, em outro some.
Fiquei muito decepcionada com essa adaptação, principalmente porque gostei muito de Orgulho e Preconceito e Zumbis, e esperava algo à altura. Achei que vários trechos pareciam simplesmente copiados do livro original sem necessariamente se encaixarem no enredo criado. A história de Monstros Marinhos se tornaria muito interessante se fosse melhor trabalhada.
Não recomendo a leitura para aqueles que não leram o original antes, que considero muito melhor. Além de ter vários spoilers, foi uma leitura maçante e arrastada, demorei um mês e meio para conseguir terminar. Apesar de tudo, gostei do trabalho gráfico, principalmente pelas ilustrações, que achei muito bem feitas. O papel amarelado também facilita a leitura. Alguns pontos negativos foram: a fonte, que em certas partes parece menor, e as frases são um pouco juntas demais; e os capítulos também não são muito bem divididos, terminando e começando na mesma página.
Link: http://www.sincerando.com/2014/06/razao-e-sensibilidade-e-monstros.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“A Centro das Atenções pode fazer de tudo, e melhor do que qualquer pessoal, desde que tenha a atenção que procura.”
Tom é um ser humano normal. Ele não tem poderes e vive uma vida tranquila. Entretanto, ele acaba conhecendo e fazendo amizade com vários super-heróis, entre eles o Anfíbio. Tom acaba se apaixonando por uma super-heroína, a Perfeccionista, que tem o poder de tornar e fazer tudo perfeito.
No dia do casamento dos dois, um ex da Perfeccionista, o Hipno, estraga a felicidade dos dois ao hipnotizar a noiva, fazendo Tom ficar invisível somente para ela. Depois de dois meses sem enxergá-lo, ela resolve recomeçar a vida e mudar de cidade, e Tom tem pouco tempo para fazer sua esposa perceber que ele está ali ao seu lado.
Esse é um livro bem pequeno. Peguei de madrugada, pensando que seria uma leitura rápida, me ajudando a pegar no sono. Acabou sendo justamente o contrário. Comecei sem expectativas e fiquei totalmente sem sono, doida para saber como acabaria e o que Tom faria.
Entretanto, nem todas as páginas são sobre Tom e a Perfeccionista. Temos também alguns flashbacks sobre a vida de Tom, como ele conheceu os super-heróis, como ele conheceu sua futura esposa e, o que eu achei mais legal, a descrição de vários super-heróis e como funcionam seus poderes.
“Vai ficar lá, esperando, e vai ficar tão entediado que vai ligar para sua mãe e isso de ter que matar tempo vai deixar você mais falante e você e sua mãe vão ter uma conexão que não tinham desde que você saiu de casa e foi pra faculdade.”
Apesar do pouco número de páginas, acredito que é um livro que todos vão se identificar, porque tem tantos superpoderes baseados em características normais que mesmo que não batam com as nossas, nós conhecemos alguém que os tem. Em alguns pedaços me peguei rindo ao reconhecer um amigo ou conhecido. No meio dos capítulos também há várias ilustrações.
A história de Tom e a Perfeccionista é pequena, mas foi muito bem escrita para mim. Você consegue ver os medos e expectativas de um casal e sentir a afinidade e amor entre eles. Tem um desfecho adorável e só fiquei com pena de não ter mais. Recomendo para aqueles que precisam de um pouco de animação e risadas.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/todos-os-meus-amigos-sao-super-herois.html
Resenha do blog Sincerando, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro contém cenas de sexo e eu não recomendo para menores de 18 anos. É o terceiro livro da série Encantadas, mas a resenha não contém spoilers dos anteriores.
Um príncipe e um caçador saem em busca de um reino perdido, pois o príncipe precisa de uma aventura. No caminho, encontram uma jovem, Petra, curiosa com o que há por trás de um muro de plantas intransponível. E é dentro desse muro que acham um reino adormecido, com uma bela mulher deitada em uma cama. E ao acordá-la, a aventura começa. O que há de errado com o lugar e quem gostaria de amaldiçoar uma Rainha tão bonita e bondosa?
Sempre gostei da história da Bela Adormecida. Pobre alma bondosa e cheia de qualidades que é condenada a dormir cem anos e acordar em um mundo totalmente desconhecido, mas que ganha um amor verdadeiro ao despertar. Parece ser uma boa recompensa para tamanho castigo. Mas será que é isso que acontece realmente?
Conhecemos nesse volume um príncipe bonito, mas com uma certa dose de irresponsabilidade e um tanto superficial e um caçador jogado nessa aventura sem ter opção, mas que é sério e perceptivo. Além deles temos Petra, uma jovem mulher cheia de vida, que precisa descobrir o que a chama atrás de um muro misterioso.
A cidade que descobrem é estranha e silenciosa. E quando exploram, encontram pessoas adormecidas em posições estranhas por toda parte. Mas, quando entram no castelo, encontram mais mistérios, entre eles uma bela mulher adormecida. E ao despertá-la, podem estar despertando muito mais do que esperam. Descobrem um segredo terrível e se envolvem em uma trama antiga.
Gostei muito desse livro. Gostei das mudanças na história da Bela Adormecida, e gostei da forma que envolveram outros contos de fadas, que pareceu muito mais natural que nos outros volumes. Os personagens são muito mais cativantes também e tem cenas horripilantes. Foi uma leitura rápida, mais pelo fato de não conseguir largar do que pelo livro ser pequeno.
Fiquei satisfeita com o desfecho da trilogia e com a forma que a autora interligou os três. No final tem uma entrevista com a autora que me ajudou a entender melhor o seu trabalho. O trabalho gráfico é o mesmo dos anteriores: papel amarelo, letra confortável e marcador destacável no final.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/poder.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse é o segundo livro da série The Soul Seekers, sendo o primeiro Sonhos. Essa resenha terá spoilers do primeiro volume.
Daire está mais ambientada em seu novo lar e em suas novas responsabilidades. Mas, ainda está preocupada com as repercussões de seus feitos em relação aos Richter e seu relacionamento com Dace, que ignora parte importante de seu passado. Ao mesmo tempo, tem que se preocupar com sua mãe aparecendo, pois esta ignora seu chamado como Buscadora de Almas.
Apesar de sua relação com Dace e seus aprendizados estarem progredindo, o Mundo Inferior já mostra alterações. Tentando resolver os problemas rapidamente Daire se frusta por não ter mais conhecimentos. E, ela acaba descobrindo que Cade está se fortalecendo cada vez mais rápido, forçando que tome decisões dolorosas e enfrente seu destino.
Como vocês sabem, gostei muito de Sonhos e entrei com grandes expectativas em Eco. Gostaria de não ter feito isso, pois fiquei um pouco decepcionada. Achei o segundo livro confuso e que alguns dos personagens se perderam. Mas, levando tudo em consideração, o final foi explosivo e fiquei feliz em tê-lo lido.
Nesse livro Daire está procurando a melhor forma de livrar o Mundo Inferior dos Richter enquanto equilibra seus aprendizados e seu relacionamento com Dace. Tem o apoio de sua avó e seus amigos (que na maioria ignoram sua condição) para conseguir se manter equilibrada, mas me irritou que ela não conversasse com os outros sobre várias coisas, o que teria esclarecido e evitado vários problemas.
Dace, por outro lado, se defronta com vários problemas e verdades que o desequilibram totalmente e o tornam um personagem muito chato nesse livro. Novamente, ao invés de dividir o que sabe, ele resolve agir sozinho e complica muito as coisas. Fiquei com vontade de bater a cabeça dele na parede em várias partes do livro.
Destaque nesse livro para os personagens secundários, os amigos de Daire, e o pessoal da reserva, que conhecemos melhor. Eles conseguiram equilibrar a chatice de Dace e dar um ar engraçado e leve em um livro que é bem mais pesado que o anterior. A mãe de Daire também deu uma boa amadurecida nesse volume, e finalmente consegui ver uma adulta nela.
O que realmente me pegou nesse livro foi o final. Foi diferente e inesperado. Agora estou ansiosa novamente pelo terceiro, e esperando as expectativas baixarem para não me decepcionar por isso. Espero que o término da série seja satisfatório e a autora consiga explicar de uma maneira coerente. De maneira geral, gostei da leitura e recomendo para aqueles que gostaram do primeiro.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/eco.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Daire tem 16 anos e vive sozinha com sua mãe desde sempre. Seu pai morreu antes dela nascer, e ela não tem nenhuma outra família. Mas, Daire tem a vida dos sonhos de muitas meninas: sua mãe é maquiadora de Hollywood, o que faz com que as duas viagem muito, seguindo filmes, e que conheça muitas celebridades, inclusive saindo com algumas.
Entretanto, sua vida muda totalmente quando completa 16 anos, durante uma viagem à Índia. Depois de um estranho acontecimento, Daire é levada a várias consultas a psiquiatras e é até internada. No meio disso tudo, sua avó paterna, desaparecida há muito tempo, entra em contato e diz poder ajudá-la, inclusive podendo tirá-la dos pesados remédios e de um futuro em um hospício. E é assim que Daire descobre que é uma Buscadora de Almas e tem uma grande missão pela frente.
Ouvi muitas opiniões negativas em relação à essa série, mas gostei muito da série Riley Bloom, da mesma autora, e fiquei interessada pela sinopse. E não me arrependi. O livro traz vários clichês de livros de adolescente e algumas partes são um pouco arrastadas, mas eu gostei bastante da mitologia usada pela autora.
Daire vai ao Novo México encontrar sua avó e tentar descobrir se seu problema tem cura, e desse modo conheci um lugar totalmente novo. Nunca fui ao Novo México, então não tenho como saber se a descrição bate com a realidade, mas a cidade Encantamento é parecida com uma zona rural que eu morei: poucas casas, muitas trilhas e estradas de barro e uma família rica e poderosa. Daire então fica chocada com sua nova realidade e com as faltas de opção do lugar.
Tirando o choque inicial e alguns problemas de adaptação e de entendimento de sua situação, Daire começa a se acostumar e até gostar de alguns aspectos de sua vida, mas nem tudo é divertido. Sua nova condição como Buscadora de Almas vem junto com um treinamento e responsabilidades precoces. Mas ela consegue apoio e ajuda com alguns amigos que faz na cidade, e esses personagens são encantadores. Em algumas partes eu ficava triste quando eles sumiam de cena.
Apesar de ter um toque romântico, o livro é mais focado nas tradições do lugar, no que é uma Buscadora de Almas e em outros aspectos desse mundo.
http://www.sincerando.com/2014/04/sonhos.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro contém cenas de sexo e não recomendo para menores de 18 anos. É o segundo volume da série Encantadas, mas essa resenha não contém spoiler de Veneno, o primeiro livro.
Em uma aldeia, crianças estão desaparecendo. Mas não é isso que mais ocupa a mente de Cinderela. Magoada com a família por precisar fazer as tarefas domésticas, ela fica eufórica quando a madrasta e sua filha mais nova são convidadas para um baile no castelo, mas o convite não se estende a ela. E quando Cinderela descobre que o príncipe dará dois bailes para escolher sua noiva, ela sente que faria qualquer coisa para estar lá.
Estranhamente, uma mulher aparece dizendo ser sua fada madrinha e cobra um pequeno favor em troca de colocar Cinderela no baile e fazer o príncipe se interessar nela. Mas nem tudo é o que parece, e os sonhos nem sempre se realizam da maneira que esperamos. Cinderela será feliz depois de tudo?
Cinderela não é a mocinha boa e ingênua que vemos nos contos de fadas, e as irmãs e a madrasta não são tão malvadas assim. Mas ela sonha com uma vida melhor, sem trabalho e com muito luxo, e acha muito injusto que não tenha a chance de ir no baile real. Entretanto, dois bailes são anunciados para escolher uma noiva e ela consegue sua chance.
Confesso que gostei muito mais desse livro do que do primeiro. Cinderela fica cega com seu sonho e não enxerga a realidade em um primeiro momento, mas depois começa a abrir os olhos para o que se passa e a história começa a se tornar mais interessante. Existe uma ligação com o primeiro livro, então não vou me alongar muito para não dar spoilers para vocês, já que a conexão foi feita de uma maneira muito legal.
Os personagens são bem mais cativantes que no livro anterior e gostei mais dos diálogos. Além disso, esse livro também contém cenas de sexo, mas são bem mais encaixadas no enredo, não brotam do nada. Fiquei presa até o final, que conseguiu manter minha curiosidade para ler o terceiro volume. E, como comprei os três juntos, não tive problema em continuar essa leitura rapidamente.
O livro mantém o ótimo trabalho de diagramação do volume anterior, com páginas amarelas, ilustração no começo do capítulo e marcador destacável no final. Só não gostei das lombadas não serem padronizadas, nem o nome da autora e o título serem alinhados.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/feitico.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Cecilia Fitzpatrick vive o sonho americano: três filhas pequenas inteligentes e bonitas, um marido que é presente e ótimo pai e uma fonte de renda própria e muito lucrativa. Vivem em uma casa confortável e ela é muito popular na pequena cidade.
Um dia, porém, ela descobre por acaso uma antiga carta que pode mudar tudo. Com o “Para ser aberto apenas na ocasião da minha morte” escrito no envelope, Cecilia se debate em abrir ou não a carta, e quando finalmente o faz, descobre um segredo que não só perturba sua vida perfeita como afeta outras pessoas.
Dividida entre revelar ou não o segredo do marido, Cecilia se vê em debates morais e reavalia tudo o que antes considerava perfeito. O que seria a coisa certa a fazer nesse caso? Sofrer com um segredo que não é dela ou magoar pessoas que ama?
Fiquei muito curiosa com a sinopse, principalmente por ser um segredo que envolve outras pessoas. Tramas complexas são sempre interessantes de se ler. O livro é narrado por mais duas mulheres: Rachel, que sofreu uma grande perda e Tess, que viu sua vida tomar um rumo inesperado. As três intercalam os capítulos do livro, dando uma nova dimensão à narrativa de Cecília.
Cecília é uma típica dona de casa americana: se desdobra em várias tarefas. Cuida de todos os detalhes da vida das filhas, se envolve na escola em que estudam e ainda tem tempo para reuniões de venda na casa de clientes. E isso tudo sem se perder em nenhum momento. Quando descobre a carta e posteriormente seu segredo, ela perde o rumo. Preocupada em fazer a coisa certa, ao mesmo tempo ela pesa o que as consequências disso poderiam fazer com o que ela conhece.
Gostei dessa divisão na personagem e a achei muito realista. Na vida muitas vezes queremos fazer a coisa certa, mas por n motivos acabamos ou dando desculpas ou nos convencendo de que pode não ser o melhor a fazer. E, pior que isso, ficar refém do segredo de outra pessoa é um peso terrível.
A leitura flui muito bem, e de acordo com o andamento da história, vemos uma trama muito maior do que o relevado aparecer e que todos temos segredos. O livro gira muito em torno de hipóteses também. Se tal personagem não tivesse feito isso naquele segundo, isto teria acontecido. Se ele tivesse feito isso, isso não teria acontecido. Do mesmo modo que isso me deixou um pouco nervosa, pois foi uma coisa pequena que gerou um grande problema, me deixou fascinada. O desfecho do livro toma novas dimensões com isso.
E, falando do desfecho, foi maravilhoso. Tudo se encaixa e, apesar de poder ter sido de maneira diferente, achei coerente e realista também. Muitas vezes somos movidos por muitos motivos diferentes para agir do jeito que agimos. Recomendo àqueles que gostam de um bom suspense ou de um drama familiar, os dois se encaixam. Foi um livro que me marcou esse ano e que talvez leia novamente.
Minha única reclamação com essa edição foi a fonte. Por que tão pequena? As margens são bem largas, e poderia ter se equilibrado melhor isso. Tirando isso, a divisão dos capítulos é bem definida e gostei da formatação do livro, que precisa muitas vezes diferenciar um pensamento de uma fala ou narrativa.
Link: http://www.sincerando.com/2014/05/o-segredo-do-meu-marido.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro contém cenas de sexo e não recomendo para menores de 18 anos.
Branca de Neve é uma princesa diferente: não gosta de roupas apertadas, cavalga de calças, como um homem, e gosta de se divertir com seus amigos anões. A Rainha, uma jovem mulher que se casou com seu pai, é totalmente diferente: uma mulher distante, elegante e real. E é quando o Rei precisa deixar o reino que a relação das duas, que já não era muito boa, se complica.
A Rainha espera que Branca de Neve aprenda a se portar e se case logo, deixando o reino em suas mãos, enquanto que a princesa não tem a mínima vontade de viver regulada ou de se casar sem amor. E é ai que, aproveitando que o Rei saiu, a Rainha espera colocar a princesa no seu lugar. Mas, as coisas nem sempre saem como planejado.
Aproveitei uma promoção no Submarino para comprar a trilogia de uma vez só, pois fiquei interessada com a proposta da autora. Vi alguns episódios de “Grimm” e “Once Upon a Time”, séries citadas na contra-capa, e gostei do que fizeram com os contos de fada. Sendo assim, resolvi me arriscar.
O livro é rápido de ler. A linguagem é fácil e tranquila, mas senti falta de coesão em algumas partes. Como na capa está escrito “Repense seus vilões” não entendi porque na capa mostra a princesa, e não a Rainha. Além disso, a personagem da Rainha se mostrou inconstante para mim, e de modo algum justificou suas razões. Pelo contrário, cada vez que ela agia eu ficava mais indignada.
Branca de Neve também é um personagem estranho. Uma mulher selvagem, que gosta de viver livremente, e que não se prende às convenções da corte. Apesar de amada por todos, eu não gostei muito de sua personalidade. Em alguns momentos, se tivesse tomado logo as atitudes óbvias, teria evitado muita coisa. E sua decisão final para mim é incompreensível.
Outra coisa que me incomodou também foram duas cenas de sexo que não foram muito bem escritas. Não por ter sexo no livro, mas porque não senti que encaixava na história. Imagine, por exemplo, em Chapeuzinho Vermelho, para ilustrar um conto, que a mocinha está andando na floresta, aparece um estranho do nada e, sem química alguma, sem desenvolvimento algum, eles caem no chão e fazem sexo. Faltou um desenvolvimento melhor, na minha opinião.
Gostei da diagramação do livro e de ter o primeiro capítulo do próximo volume no final, que ajudou a atiçar a curiosidade. As páginas são amarelas e a letra é super confortável. E vem um marcador para destacar na orelha do final!
O final foi interessante e de uma forma geral, o livro conseguiu me prender e me deixar curiosa para ler o segundo, então considero que valeu a leitura. Espero que no segundo livro a autora consiga desenrolar melhor essa história.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/veneno.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
ATENÇÃO: Esse livro é o segundo volume da série Maze Runner, cujo primeiro é Correr ou Morrer, e essa resenha contém spoilers do livro anterior.
Depois do labirinto, mais perigos estão por vir. Os meninos acreditam estar em segurança em um refúgio para o qual foram levados depois de sair da Clareira e passarem por maus momentos, mas acordam no dia seguinte e tem uma surpresa: nada está parecido com o que era no dia anterior. Criaturas grotescas, os Cranks estão nas janelas berrando e várias coisas mudaram na instalação em que se encontram. E pouco tempo depois descobrem que começa a segunda fase de testes.
Precisam então enfrentar algo que parece pior que o labirinto: o mundo real. Calor excessivo, tempestades perigosas, criaturas insanas os ameaçam e além disso há um grande problema: não sabem no que nem em quem confiar. Pode esse desafio ser o fim das provações e a descoberta da verdade?
Confesso que praticamente emendei o segundo na leitura do primeiro. Terminei um em um dia e comecei o segundo no dia seguinte. Por mais irritada e incomodada que ficasse com a história, fiquei totalmente presa. E esse segundo livro me prendeu ainda mais.
Thomas e os clareanos se veem em uma situação desesperadora: precisam cumprir algumas coisas para chegar ao objetivo final e ficar à salvo. Mas, além dos problemas físicos e das ameaças externas, ainda estão com perda de memória e não sabem no que confiar. Perderam muita coisa nesse processo e tentam desesperadamente não perder mais nada.
O ritmo desse livro é intenso, e como no primeiro, algumas coisas eu consegui adivinhar antes que acontecessem, mas, ao contrário do que normalmente ocorre, isso não me irritou, só me deixou mais eufórica e nervosa em vários trechos. Porque, no caso desse livro, as cenas são tão emocionais que eu acabo me envolvendo tanto que não ligo para surpresas (apesar de ter algumas, com certeza). Uma coisa que o livro conseguiu me passar perfeitamente: eu também não sabia no que confiar. Será que o que foi passado agora é mentira, será que vão mudar depois?
Consegui me ver mais presa à história nesse livro que, o que pode parecer impossível, tem um ritmo bem mais rápido. Consegui sentir raiva (muita mesmo, tem trechos que me deixaram indignada), alegria, nervoso, alívio e claro, confusão. Foram introduzidos novos personagens e alguns deles me conquistaram. Acho que a grande questão desse livro é: qual o limite da humanidade e do indivíduo quando se trata de sobreviver?
Só sei de uma coisa: estou doida para saber como o autor vai fechar essa história e morrendo de medo de receber um final decepcionante. O mundo como é descrito é muito triste e difícil de se viver, então não espero nada otimista demais, mas que o desfecho dos personagens seja consistente.
Link: http://www.sincerando.com/2014/04/maze-runner-prova-de-fogo.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
“Já possuía algumas respostas, mas não todas. Nunca todas. Por exemplo: se maldade e loucura são duas coisas distintas ou se somos apenas nós que decidimos chamar de loucura tudo que está além daquilo que compreendemos como motivo para a destruição.”
Com a neve, várias coisas divertidas acontecem: guerra de bola de neve, escorregar de trenó, patinar em lagos congelados, fazer bonecos de neve. Entretanto, nem sempre ter um boneco de neve no seu quintal significa diversão.
Uma mulher desaparece de sua casa misteriosamente, e a única pista é um estranho boneco de neve no seu quintal, que não foi feito por sua família. O detetive Harry Hole recebeu uma carta assinada por “Boneco de Neve” há alguns meses, mas não entendeu o que significava. Agora ele percebe que algo muito errado está acontecendo na Noruega.
Está sendo muito difícil para mim falar desse livro aqui no blog, por dois motivos:
1 - grande parte das coisas não está na sinopse, e eu não quero dar spoiler;
2- eu gostei bastante da leitura.
Esse livro faz parte de uma série, do detetive Harry Hole, é o sétimo volume. Por causa disso, eu percebi que perdi várias coisas na vida dele, mas não fiquei perdida na história. Ele é um profissional inteligente, mas com vários problemas pessoais (o que é comum nesse tipo de livro) e que fez um curso especializado em Psicopatas, e parece um pouco obcecado com esse assunto, o que acaba dificultando um pouco o seu trabalho.
Uma dica que eu posso dar para quem for ler esse livro é: não perca os detalhes. A trama é complexa e incrivelmente detalhada. Apesar de alguns furos e um personagem misterioso que não é explicado (acho que quem leu vai saber do que eu estou falando), a história é bem fechada. É interessante prestar atenção em tudo, para no final conseguir encaixar as peças desse quebra-cabeça.
Os personagens, assim como a trama, tem várias camadas, e dão um nó na nossa cabeça se não tivermos cuidado. A história pessoal de vários deles é contada em alguns trechos e muitos são cativantes. Uma coisa que me distraiu e quebrou minha concentração foi os nomes destes e dos lugares. Nomes como Knut Müller, Arve Støp e Gunnar Hagen não me fazem lembrar quem são atualmente, e eu precisava muitas vezes ler umas duas linhas até me situar novamente.
Quanto à comparação com Silêncio dos Inocentes que existe na contra-capa, nada posso dizer. Não li esse livro, mas concordo que Boneco de Neve é arrepiante e diabolicamente complexo. Em algumas partes eu não conhecia largar e em outras eu precisava fazer isso, respirar e colocar a cabeça no lugar.
Foi uma leitura muito boa, e que me deixou um dois dias pensando em um determinado trecho. Peguei sem expectativas, e não me arrependo. Recomendo para os que gostam de um bom suspense e uma trama complexa. Fiquei curiosa para ler a série desde o início, mas infelizmente não foram traduzidos para o português ainda, talvez me arrisque em inglês, até porque no original não dá :(
Não esqueçam de comentar o que acharam, ou se pretendem ler, por favor! Se já leu e quer comentar algo, me mande uma mensagem pela página no Facebook ;)
Link: http://www.sincerando.com/2014/03/boneco-de-neve.html
Resenha do blog Sincerando.com, escrita por Sarah Sindorf
Você acorda em uma caixa escura, que se move para um lugar que você desconhece. Você não se lembra de detalhes da sua vida, só do seu nome, Thomas. E quando finalmente a caixa para de se mover, você está em um lugar que nunca viu, com um monte de meninos o encarando, com idades entre 12 e 17 anos. Como se isso tudo não fosse suficiente, algumas palavras que eles usam não fazem o menor sentido. Bem-vindo à Clareira.
Estava para ler esse livro há muito tempo, mas peguei totalmente sem expectativa. A sinopse me interessou, mas li algumas coisas negativas sobre a série e acabei deixando para depois. Como está para sair o filme (na verdade sai em setembro, mas é nessas horas que mais rolam spoilers na internet), resolvi ler logo. E gostei.
O livro começa de uma forma estranha. O personagem está confuso, amedrontado e irritado. O que gostei no autor é que ele conseguiu transparecer isso em vários momentos do livro sem precisar fazer o personagem falar ou pensar isso. Ele chega a um lugar estranho, com pessoas estranhas, lembrando de várias coisas mas sem lembrar detalhes, como o rosto e nome de seus pais, aonde mora, quem é, etc. A única coisa que sabe é seu nome, o que não ajuda muito.
Na Clareira, os meninos tem algumas coisas como certas: uma vez por mês chega um menino e a caixa também traz suprimentos com alguma regularidade. O lugar onde vivem é cercado por um grande muro, com aberturas que se fecham à noite, e do lado de fora dele está o maior mistério: um labirinto.
Thomas, ao chegar, age como uma pessoa normal, quer saber logo todas as informações possíveis, onde está, quem o colocou ali, por que, como vai sair, como funciona o lugar, etc. Mas, os meninos não tem todas as respostas, e muitas coisas eles guardam para falar depois, para não sobrecarregar o Fedelho (nome dado ao mais novo morador da Clareira :p).
Uma coisa que me irritou foi a demora e a forma com que as informações chegavam. Um pouco do aprendizado de Thomas é jogado, e é passado para o leitor de uma forma estranha. O começo do livro, para mim, foi um pouco arrastado mas valeu a pena continuar porque o ritmo aumenta consideravelmente depois.
Um tempo depois de Thomas chegar (um tempo beeem pequeno, para falar a verdade), chega uma novidade à Clareira, e tudo começa a mudar. Ele, que começava a se acostumar e conhecer a rotina dos meninos, rapidamente se envolve em várias tramas e tem que resolver problemas sem saber muito sobre eles.
De uma forma geral, gostei do livro. O final não me agradou muito, mas me deixou curiosa para o segundo volume. É uma história com grande potencial e espero que consiga seguir e terminar muito bem. Não consegui largar o livro e fiquei ansiosa para saber o que aconteceria em várias partes.
Para os que não leram ainda, cuidado quando entrarem em grupos de fãs ou lerem sites sobre o filme, para não pegarem spoilers. Quase peguei um em um trailer fan-made.
Link: http://www.sincerando.com/2014/03/maze-runner-correr-ou-morrer.html