Ao contrário do que parece ser unanimidade nas resenhas, eu gostei do formato curto. Tenho um amor muito grande por livros (noveletas ou novelas, geralmente) que podem ser lidos em um só dia, e não foi diferente com Sombras. Não sabia nada do que esperar, então fui pego por uma surpresa muito gostosa quando percebi que quem dava as caras eram Merlim e Artur, queridíssimos, em uma homenagem clara a As brumas de Avalon — a abordagem da personalidade de Merlin é, aliás, uma das melhores coisas aqui. O começo foi um pouco devagar, e por um momento pude jurar que passaríamos a noveleta toda sem sair da tal reunião, mas as coisas felizmente melhoraram. Mais uma vantagem da narrativa curta: melhoraram logo. Mais uma vez, espero poder ler mais desse universo da Jana no futuro, e um romance com histórias de lobisomens situadas na Idade Média arturiana seria demais, com certeza.
O que dizer deste livro que acabei de ler e já considero pakas? Que livro bom! Que. Livro. Bom. O Enéias Tavares demonstra aqui uma capacidade inacreditável tanto de narrar uma história quanto de emular a prosa dos escritores clássicos — contando inclusive com uma “graphia” diferenciada —, e os personagens dos nossos já conhecidos autores ficaram bem mais à vontade do que o esperado num mundo steampunk. Adorei como a trama foi revelada aos poucos, indo e voltando no tempo, e como a história de cada personagem se entrelaçou à história principal. Até mesmo as partes em que antecipei um certo tédio, como a história da Beatriz ou o relato do Louison, me surpreenderam. No geral, uma bela surpresa. Espero ansioso pelas próximas aventuras e, enquanto isso, sigo a procura de outras narrativas de steampunk brazuca.
Poder absoluto é diferente, acho, de qualquer coisa que li na ficção científica brasileira contemporânea ultimamente. Isso pode não querer dizer muita coisa, já que não sou grande especialista, mas fica a observação. O universo pós-apocalíptico criado na primeira publicação de Jean Gabriel Álamo é claramente bem pensado e, por mais que a luta contra o Sistema seja uma temática já batida hoje em dia, a história que encontramos aqui passa longe do “mais do mesmo”. Gostei muito de alguns conceitos apresentados e de como a tecnologia foi usada ao longo da história; de como o autor conseguiu criar um mundo cyberpunk verossímil sem auxílio audiovisual — o que não é fácil, podem acreditar. Os personagens, ainda que majoritariamente masculinos — um problema mais ou menos pessoal meu, mas que não podia deixar de comentar —, são carismáticos, e eu até gostaria de ter visto mais de alguns deles. O último capítulo, com a Quorra voltando à vida, se vendo sozinha e refletindo sobre a situação atual da sociedade, é meu preferido no livro todo, com certeza.
Meu grande problema aqui foi o exagero explicativo, chegando ao ponto do didatismo em algumas passagens — a batalha final contra o Suserano, por exemplo, é quase uma aula. Além de estar cheio de notas de rodapé muitas vezes desnecessárias, a própria narrativa traz várias explicações sobre situações e conceitos próprios do universo ficcional do Jean. Além disso, eu fiquei louco pensando em como o livro poderia se beneficiar de uma revisão ou editoração profissional — não digo pela ortografia nem nada assim, mas por questões de redação, mesmo.
No fim, o resultado é um livro promissor, que diverte, mas não mostra toda a capacidade que tenho certeza de que o autor tem.
Actual rating: 3.5
We're used to zombie Apocalypse stories by now, so I understand how I Am Legend may sound repetitive to new readers. In context though, it's pretty good; a nice, well-built story. Gods know it's better than the Francis Lawrence film, and yes, it is dated, but it still is a fresh take on vampires—definitely vampires, not zombies. It ended up being something new to me, and not at all what I expected. The main character is kind of an asshole though, leaving a sexist tone to the overall story but... 1954, I guess.
King Rat is China Miéville's first novel, and it's simpler than any of his books I've read so far. Simpler, different, but not poorer in any way. You can see everything here: his master storytelling skills, his unique way of guiding a story forth, his ideologies and beliefs stripped bare before the reader. I believe I would have liked this book more if it were my first Miéville, but yes, I liked it nonetheless. I just wish I had seen more of King Rat's world. I want to meet Queen Bitch and the Lord of the Flies, I wanna know if the spiders found a new ruler. I like it when stories leave me like this: wanting more.
It is said that Swastika Night is 1984 older, long-forgotten sibling, a companion piece of sorts. I can see that. I can even see some degree of inspiration for the latter—though I can't help but think George Orwell's is the better novel. Burdekin's prose, though not bad by any means, is notably not as good as Orwell's. It reads well, but tends to be overly didactic at times, and though we have some really great scenes—the very first chapter, for example, is really, really powerful, and certainly one of the highlights—, I believe SN's importance is purely historical.
However, that is not to say this isn't an interesting book. SN was written in 1937, before the war even started, showing an incredible power of thought. What Burdekin did was write a dystopian novel about the aftermath of a war that was yet to happen, picturing a future 700 years ahead, in which the Axis won and dominated Europe. The society we find in this book is sickening, and the treatment of women leaves more than enough room for discussion. Even the main characters are deeply flawed, being males in a extremely misogynistic society, and their redeeming qualities are all in spite of. The one serious problem I found was Burdekin's treatment of homosexuality. The indulgence in acts of homosexuality in SN's society is seen as preferable to those with women, but it seems that it happens only because ladies aren't exactly seen as human beings. I couldn't shake off the feeling that Burdekin added homosexuality to the mix as a form of reproach, as part of her argument that women are intrinsic to a proper functioning of our society—without them, we'd have homosexuality! the horror! I obviously agree with her for the most part, but I can't with homophobia. 1937 or not, I just can't.
Não é com orgulho que digo que esta foi minha primeira Trasgo, mesmo apoiando o projeto já há alguns meses — deveria ter começado muito, muito antes; prometo compensar. Fiquei surpreso. Já esperava uma certa qualidade, mas antologias de autores diferentes tendem a ser bem 8 ou 80, com contos bons, contos mais ou menos, contos razoáveis... e as notas acabam sendo ali, na metade, nas três estrelas. A Trasgo 12 ganha um 4/5 merecido. Todos os contos são, pelo menos, bons e competentes, e o que não me agradou ficou mais no tema do que na construção literária em si. Aliás, fica um destaque para Cirro, conto do Alaor Rocha, que me deixou com o coração apertado de tanto orgulho (que conto bom, pessoas).
Westlich é uma coletânea interessante. São dois contos que não têm muito a ver entre si* — existe alguma semelhança na ambientação e no fato de que ambos são intitulados com nomes femininos, mas, na minha opinião, a coisa para por aí —, e a premissa acaba sendo mais legal do que a execução, o que é triste, mas a leitura ainda é válida.
Margareth, a mais fraca das duas histórias, acabou não me interessando tanto. O protagonista é um inventor e está inserido num mundo que me pareceu ser bem interessante, mas o que vemos mesmo é a paixão/atração que ele nutre pela personagem-título, que é gostosa, poderosa, sedutora etc. Já Thalita, por sua vez, me empolgou bem mais, me lembrando um pouco da Jerusalem's Lot do Stephen King (Alec vai me matar quando vir a comparação), até. Só fiquei um pouco confuso com a passagem de tempo...
* Não que precise haver uma ligação entre os dois contos, mas abri o livro com a impressão de que encontraria algo do tipo.
Really short and nice, with a good JUST DO IT vibe to it. It's nothing new, really, but I like reminding myself of what I should be doing with my life.
Keep reminding yourself why you do this. How this will change your life. When you know your why, you can use it to fuel your writing and your daily practice.
Queria ter gostado bem mais de A ilha dos dissidentes. Por ser uma distopia nacional, por ter sido escrito por uma mulher, por fazer um sucesso legal entre os leitores do gênero... por vários motivos, na verdade, mas não foi dessa vez. A história demorou para pegar no tranco, na minha opinião, e eu só fui me ver preso de verdade depois de quase 30% do livro, quase um mês depois de tê-lo deixado de lado, sem vontade alguma de voltar a ler. Não que houvesse algum problema em si — o começo é completamente okay —, mas nada me interessava. Até eu descobrir o rumo da história, até eu me sentir cativado pelos personagens, até eu me envolver com o que estava acontecendo...
Eu não DESGOSTEI de Dissidentes; o mundo criado pela Bárbara Morais é interessante, os personagens — depois de devidamente apresentados/estabelecidos — são bastantes gostáveis, confesso que fiquei curioso para saber o que vai acontecer na sequência, também estou apaixonado pelo Andrei etc... acho que só... só não é tudo o que eu esperava. A culpa é minha por criar expectativas infundadas? Mas com certeza.
Very character-driven, and with little to no action going on, I can kind of see why someone would find Never Let Me Go a boring novel, but I absolutely adored it. At some point, I considered rating it 4 stars, if only because I didn't quite understand how Kathy and Tommy still managed to stay friends with Ruth, but what the hell? It's a 5/5 for me. Ishiguro did a brilliant job.
Besides being a great novel, it's also great sci-fi disguised as “literary fiction,” which is bullshit. Saying it's not science fiction just because it's not about science itself is, well, bullshit. Reinterpreting as nothing but a love story is utter. bullshit. It is. Sorry ‘bout it.
For many reasons, it kept reminding me of Ian McEwan's Atonement. I didn't love Atonement, but some of the same sentiments can be found here: melancholy helplessness, resignation, Keira Knightley. The prose is also similarly beautiful, but while McEwan's book took its toll on me, I couldn't put Ishiguro's down.
É fácil imaginar como uma simples ideia, se posta em ação, pode mudar toda a vida de uma cidade pequena, principalmente se você já viveu em uma. Em Sombras de reis barbudos, é exatamente isso o que acontece: a Companhia, criada com empolgação pelo tio do narrador e, mais tarde, tomada dele, altera radicalmente a rotina de uma cidadezinha. O protagonista, Lucas, cresce em meio à opressão dessa misteriosa empresa, sobre a qual o leitor nunca chega a descobrir muito, e vê o mundo mudar à sua volta, sem poder fazer muito a respeito. O realismo mágico de José J. Veiga está presente aqui nos mínimos detalhes e, embora eu, com base em resenhas, tenha adicionado o livro à minha lista de leituras de ficção científica, não acredito que cheguemos a abraçar de vez o gênero — com algum esforço, vemos que os assuntos tocados são semelhantes ao de uma distopia, mas não chega a ser uma de fato. Sombras é, isso sim, um romance curto, competente e de narrativa simples (mas não simplória) sobre liberdade, repressão e sobre a vida que segue em um ambiente opressor.
Such philosophy, much Plato. Yeah, well. The Just City can be summed up as an imaginary of how Plato's Republic would play out in real life—but with active participation of Gods and robots and, like, time travel. It's a good book, and it's really interesting to see how it tackles Plato's theories and plays with them, bringing up questions and discussions and counter-arguments and an amazing debate between Sokrates and Pallas Athene and whatnot. The great issue here, in my opinion at least, is that it doesn't really bring anything new to the table. So humans are flawed, what's new? So Gods can play with mortals, what's new? So robots might develop sentience, intelligence and/or free will, what's freaking new about that? Apollo wanting to reach excellence is interesting, but... it's not really the focus here, is it? He's just along for the ride.
It is a nice read. Jo Walton's prose is fluid, and it takes us competently in a journey with three different characters who show us different points of view on the Just City's foundation and development. It's just sad that the only thing that made me really, actually glad about it was that it had a definite end, instead of ending in a cliffhanger—it does leave stuff for later, and its ending is sort of anti-climatic, but it is finished nonetheless; it's almost a self-contained story, meaning you could just leave it here and just disregard its sequels entirely. I intend to read them—the sequels, that is; eventually—, but I'm just not in a hurry.
Pretendo formar uma opinião mais completa quando terminar a trilogia — o que pode ou não acontecer, mais cedo ou mais tarde —, então vou ser bem sucinto sobre o primeiro livro: gostei muito. Há ressalvas, como sempre há, mas 1Q84 é uma obra que, com certeza, faz jus à popularidade. No todo, eu só fiquei querendo menos sexo e mais desenrolar da história em algumas partes,* mas esse foi um problema completamente meu.
Este foi meu segundo Murakami, e o primeiro que realmente gostei. Talvez por outros motivos que não tenham a ver com os livros em si, mas o outro que li, After Dark, não havia me convencido por completo, não tanto quanto 1Q84.
* Chegaram a me explicar que o Murakami usa sexo como uma espécie de crítica ao conservadorismo e à repressão da sociedade japonesa, mas eu ainda fico incomodado. Sei que acabo soando pudico ao reclamar disso, mas as cenas de sexo de 1Q84 foram realmente aleatórias e sem necessidade aparente, na minha opinião. Ou talvez tenha a ver com como o sexo é descrito. Não sei.
Interessante, ainda que... datado, por falta de adjetivo melhor. A edição bastante bonita (e infelizmente de bolso) da Zahar traz duas versões da história: a mais conhecida, de Madame de Beaumont, e a original, de Madame de Villeneuve. Eu já havia lido o conto de Beaumont antes, então foi como reencontrar um velho amigo, mas tive aqui meu primeiro contato com o romance de Villeneuve, e minha impressão foi... diferente. Não é uma leitura exatamente prazerosa, isso eu posso dizer; principalmente depois do “final feliz”, quando a história deveria terminar, mas não termina, seguindo em frente para contar os backgrounds da Bela e da Fera, com mil fadas e reinos e enfim. É bom ter em mente que A Bela e a Fera foi escrito no século XVIII, e a idade é bem aparente por aqui. A história chega a ser enfadonha, em alguns momentos, mas a persistência não é, ao meu ver, inútil. Em tempos de remakes desnecessários, é sempre bom ter acesso àquilo que deu origem a todo o resto.
Este livrinho (digo “inho” com a melhor das intenções: é curto, li todo de uma vez) se trata de um apanhado de textos do autor sobre vários assuntos, mas, principalmente, sobre literatura — e isso você lê na sinopse. O que você não lê na sinopse é que o livro fala bastante sobre ficção científica, inclusive e principalmente sobre ficção científica brasileira, que foi, num primeiro momento, o que me levou a Muitas peles, e afirmo que não me arrependi nada da leitura. Luiz Bras é lucido em seus comentários e objetivo em suas dissertações, criando textos curtos e agradáveis, mas que não perdem em nada no conteúdo. A participação de conhecidos autores da FC brasileira também foi uma surpresa bastante boa.
Tive... problemas com esse livro. Alguns. Bom, eu gostei dele, então o problema não foi esse. Achei fácil de ler, as cenas de batalha são bem escritas e a construção de Marte como um planeta ancestral, onde já houve vida — ainda que uma vida improvável, totalmente no lado soft da ficção científica — foi bastante interessante. Na escrita, só fiquei incomodado com [1] o excesso de comparações a animais da fauna marciana, que pareciam estar presentes apenas para mostrar tudo o que a autora havia criado para a história, e [2] as frequentes interrupções, trazendo informações a mais, vindas sabe-se lá de onde, sobre uma coisa ou outra, tornando tudo mastigadinho demais, sem confiança de que o leitor pudesse ser capaz de captar o sentido. Tendo dito isso, vamos ao resto. Vou tentar esconder os spoilers mais descarados, mas, daqui para frente, tudo pode ser considerado um spoiler sobre o fim da história; fica o aviso, portanto.
Soberana me lembrou muito de um texto que li recentemente, Writing Is Hard: Redemption Arcs for Racist Characters (em inglês). O planeta Marte criado por Kássia Monteiro é dividido entre quatro espécies diferentes, e a humana é a espécie (auto)considerada superior, que escraviza as outras três. Por consequência, a protagonista, humana e de família real, é racista — a palavra não é usada, mas é o que ela é. Não apenas racista, mas, ao conseguir seu poder de volta, ela se mostra como uma pessoa cruel, que não apenas faz cumprir as leis segregacionistas criadas pelo conselheiro malvado, como também mata, fere e escraviza pessoas inocentes, sem pensar muito a respeito. Há um arco de redenção, pelo qual esperei o livro todo, mas que veio só no final. Segue trecho do texto que mencionei, em tradução livre:
3. Arcos de redenção dificilmente começam cedo o suficiente na história. O autor não pode começar um arco de redenção no último ato ou última metade do livro. Ele deve ser plantado com antecedência e uma certa nuance. De outra forma, a reversão não fará sentido para o leitor, será repentina demais. Se está escrevendo um arco de redenção para qualquer personagem, esse deve ser o arco central; do contrário, poderá ser visto como má caracterização.
post
Soberana
Liarlinde, em um dos últimos capítulos e só depois de ver que seu conselheiro não é tão confiável assim, conversa com a Escrava Boazinha — logo depois, inclusive, de afirmar que a mesma não possui alma e é inferior —, que, por algum motivo, vê o a soberana "como ela é por dentro" e a faz acordar para a vida. Liarline, então, percebe que estava errada o tempo todo, liberta todo mundo e vai atrás do perdão do seu grande amor, que é o verdadeiro arco do livro.
Senhora
Senhora
Soberana
I didn't think I would like this as much as I did. I mean, ages ago, I happened upon John Carpenter's Village of the Damned—nice film, good premise, didn't think much of it—, which later I discovered to be an adaptation of a certain The Midwich Cuckoos, by John Wyndham. It got me curious, but that's all. It sat forever on my TBR pile—the mental one, I believe—, until I actually picked it up. And I loved it.
From the clever title to the brilliant opening sentence (“One of the luckiest accidents in my wife's life is that she happened to marry a man who was born on the 26th of September.”) to the amazing, truly great storytelling, TMC got me entangled in what I believe is one of the most underestimated science fiction novels, uh, ever. It delves into science, religion, philosophy, society, and raises interesting, thought-provoking questions; the main characters are charismatic, the Children are terrifying. It sure is dated, and I don't think its main theme is much of a novelty anymore, but I just can't believe how much fun I had reading this.
Not wanting to compare—actually wanting very much to compare, I'm so sorry—, but Binti: Home was so much better than the first one, in so many ways. Binti was very good, it really was, but I guess because B:H didn't have to establish much of a setting, as it was already established, or else because it was way more intimate and personal to the protagonist, I loved it so much more. The main character, Binti, shines in a way she didn't get to amidst the turmoil of the Meduse attack, she is an amazing character and I fell in love with her life and story. This is a delightful read, and a quick one too. Recommended to everyone who likes and wants good contemporaneous science fiction.
Não sei explicar como esse livro mexeu comigo, de verdade. Sentei para ler de cabo a rabo em fevereiro, um mês que foi sincera e completamente horrível pra mim, e Quinze dias foi, com certeza, a famosa luz no fim do túnel — ou pelo menos um ponto positivo em meio a vários negativos. Conhecendo o Vitor, eu sabia que seria um livro maravilhoso, mas confesso que superou todas as minhas expectativas (biased? jamais). O romance entre Caio e Felipe é do tipo que qualquer um fica feliz em encontrar num YA, e eu acho que, levando em consideração os temas que são abordados aqui, essa é uma história necessária no cenário jovem adulto nacional.
Como li antes do lançamento, pretendo reler assim que tiver o livro EM MÃOS, mas não acho que minha opinião vá mudar. Quinze dias já é um clássico LGBT, o livro jovem adulto que a gente precisa neste momento.
The Description of a New World, Called The Blazing-World, or simply The Blazing World, is considered one of the earliest examples of science fiction in history, so of course I had to include it in my 2017 sci-fi journey—more out of curiosity than actual hope of enjoying the experience. Considering it's a 1666 autobiographic, quasi-nonsensical story, I admit it's way less boring than I thought it would be—though it is quite boring. Its importance to science fiction and even women's writing is notable, however, and I don't regret reading it.
I recommend this book as an academic endeavor; a study. It is fascinating if you're interested in science fiction, women's history, genre fiction etc. You will hardly enjoy it otherwise.
So this one was right up my alley, wasn't it? Robots and gay romance. I mean, it's not great, it's not a perfect novel—it has its flaws—, but I just couldn't stop reading. I read it all almost in one sitting, and it's not a short book. Though I wouldn't complain if there were more Bex in it, the main couple is so captivating and cute I didn't really care about the other characters, not really—Nico definitely has a Dante Quintana-ness to him that I couldn't shake off.
It also raises interesting questions about technology, artificial intelligence, and humanity in general. As a person who both loves technology and is terrified of a robot rebellion, I could relate.
Já adianto que esta, pra mim, não foi uma leitura muito legal. A ideia da coisa é toda muito boa, e o universo criado por Gerson Lodi-Ribeiro é muito interessante, contando até com apêndices sobre uma raça alienígena e a tecnologia empregada na viagem interestelar (apêndices nos quais, confesso, fiz uma leitura dinâmica bem safada, mas eles estão lá), mas a narrativa parada, feita em primeira pessoa por uma protagonista sem muito carisma, e uma plot sem acontecimentos significativos acabam deixando o livro bem chato. Além disso, a escrita é muito formal, principalmente se levarmos em conta o gênero, e apresenta um vocabulário rebuscado que desanima bastante e apaga boa parte da personalidade dos personagens.
Ao acompanharmos a vida dos tripulantes da nave terráquea Pioneira pelo universo, boldly going where no man has gone before, nos deparamos com uma história maçante: os personagens transam*, descobrem uma civilização extinta, transam, seguem em frente, transam, descobrem que mudaram de continuidade, seguem em frente. Nada é importante o suficiente para uma definição clara de clímax, por exemplo. As coisas apenas... acontecem. Não ajuda que boa parte das informações sejam contadas ao invés de mostradas, e o livro é permeado de infodumps. Queria ter gostado (bem) mais.
* Os personagens deste livro são, em sua maioria, bissexuais, com poucas exceções. Enquanto isso poderia ser uma coisa boa em qualquer outra circunstância, a sexualidade aqui é usada de forma um tanto incômoda. As cenas de sexo são pouco realistas e desconfortáveis, e a intimidade entre os personagens principais, que apresentam um relacionamento claramente poliamoroso, não parece genuína.