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Para começar essa resenha, acho importante ressaltar que alta fantasia não é o meu gênero favorito, muito menos um que eu goste, então eu tive muita dificuldade de ter uma imersão verdadeira no livro.
Eu fiquei com a sensação que muitas partes do livro eram desnecessariamente longas, com muita descrição (o que é algo do gênero literário mesmo), mas, principalmente, com muitas cenas que não levam a lugar nenhum e não têm importância nenhuma.
O livro, no geral, não tem uma missão, o personagem simplesmente vai ficar contando sobre a vida dele mesmo - outra coisa que dificultou minha imersão no livro, já que eu sentia que estava lendo para nada.
Isso muda um pouquinho literalmente no último capítulo que estabelece uma “semi-missão” para o segundo livro, o que confesso me deixou curiosa.
No geral, eu tive muita dificuldade de gostar do Kvothe, não é nem por uma questão da personalidade dele, mas simplesmente porque criei 0 empatia com tudo o que ele tinha para me contar (embora eu gostasse de ver as cenas dele sendo, principalmente, curioso quanto a coisas que ele era ignorante, infelizmente algo raríssimo, já que o autor decidiu fazer ele o famoso personagem principal perfeito em tudo).
Em compensação, eu certamente AMEI o Bast, sinto que ele traz a quebra de ritmo necessária para a história, assim como um lado menos “perfeito” de tudo aquilo que estava escrito.
Exatamente por isso, senti que as cenas que acontecem no presente são mil vezes melhores e mais agradáveis de ler do que as que acontecem na narração do Kvothe.
Por fim, eu sei q o livro é de 2007 e que portando certas questões como o machismo não eram tão discutidas, mas não podemos fechar os olhos para isso. O livro tem diversas passagens extremamente machistas, que inclusive me deixam muito incomodada para continuar lendo (como por exemplo a necessidade constante de comparar mulheres com presas selvagens). Eu entendo o autor querer trazer um “universo machista” já que ele claramente tem fortes inspirações na Idade Média, mas se isso não for para ser discutido e problematizado na narrativa, parece apenas uma desculpa fácil para escrever sobre mulheres como seres sexuais e selvagens.
Enfim, em uma média geral eu não achei péssimo, mas também não achei ótimo. Teve diversas passagens que me fizeram extremamente desconfortável, assim como me fizeram revirar os olhos para a falta de necessidade - mas ainda consegui me divertir, principalmente, com as cenas do presente.