The City of Brass
2017 • 533 pages

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Average rating4

15

Rapaiz... que livrão.

4.5

Terminei o livro. Em choque. No mais puro dos choques.

O final me deixou absurdamente ansiosa (o que não fez bem para minha crônica ansiedade e levou a diminuir meia estrela). Essa ansiedade é “entendível” - ao menos explicável. Em nenhum momento o governo al Qahtani se mostrou confiável ou justo em seu discurso ou na forma que chegaram ao poder, tirando os Daevas de seu lugar. Pode ter sido o talento da escritora me dobrando, mas acreditei em cada palavra do Dara e julgo que ele tinha a razão. E, justo por ver essas discrepâncias e injustiças políticas tão óbvias, me irritava com a implicância infinita (e baseada no passado) entre Ali e Dara, quando, de forma crua, porém através de meios diferentes, eles lutam pela mesma causa.
Nunca torci tanto por uma friend zone como Nahri e Ali. Se surgir um amor disso eu ficaria bem aborrecida, mesmo com Dara se comportando como boy lixo no final do livro.

São quase 600 páginas, muito bem escritas, com um plot bem delineado, personagens riquíssimas, e um universo inigualável. É tão bem estruturado que a passagem de tempo e da vivência das personagens é algo sensível de ser sentido na escrita - do Cairo à Daevabad, e da mudança no tom da história, de uma quest, com aquela coisa do herói que chega repentinamente, tem um tutor e salva o dia, para o intrincado das vidas, das relações desenvolvidas , e da profundidade real do buraco que o castelo e esse novo capítulo da historia pós guerra foi construído em cima.
Havia muito tempo que não lia uma fantasia tão rica. Com política que não se tornou doloroso de se ler.
Obs: aquela que está julgando mentalmente o wrap-up pessoal dos último anos (só romance de época batendo na minha cara).
E, comentando sobre romance, senti uma pequena carência de um desenvolvimento mais efetivo deste. Julgaria que é o ponto baixo do livro. demorou a beça para esses dois se pegarem. Sendo a conexão de Dara e Nahri evidente, e Dara o Daeva mais absurdamente moreno, bonito e sensual de olhos verdes que caminha por centenas de anos na terra, muita coisa poderia ter sido melhor elaborada. Imaginem esse romance na mão de Collen Houck. Estaríamos subindo na parede, como era com Ren. (Cito Houck porque não há cenas hot com força nos livros dela).

Como uma das reviews apontou: eu não sei como eles vão sair dessa.

E que final.
QUE FINAL. (!!!)Não apenas a ameaça do rei à Nahri, a conversa entre Kaveh e Nisreen, e a indicação de que Jamishd pode ser um Narid também (não só ele como uma galera, que está sendo controlada por um stamp na pele); mas antes disso, com Ali saindo bem do apavorante do rio, quando vendeu sua alma aos marid. Essa cena faz o sangue dar uma corrida ao contrário.

Sinto que ficarei com essa história por um longo tempo na cabeça.
Fiz vários comentários sem fundamento ao longo da leitura pois ainda não tenho os culhões de escrever na página. É pedir muito que siga no mesmo padrão de muito bom?

June 21, 2020