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Duas irmãs, filhas de um fazendeiro fluminense, são as figuras centrais deste romance, que desvenda o horror e a poesia da vida com rara sensibilidade. Publicado originalmente em 2001 e vencedor do Prêmio José Saramago, Sinfonia em branco foi também finalista do Prix des Lectrices da edição francesa da revista Elle. Com passagens de grande força poética, Adriana Lisboa narra, numa sequência não cronológica, a história destas irmãs. Clarice, a mais velha, sempre esteve fadada a se casar com o filho do dono da fazenda vizinha, enquanto Maria Inês, a mais nova, acaba por se tornar testemunha pueril e estarrecida de um abuso que dilaceraria a vida da irmã. O silêncio, o interdito, o segredo dão o tom a essa sinfonia. Afonso Olímpio, o pai, vaga como uma sombra enigmática e taciturna, enquanto a mulher, a impotente Otacília, vai se dando conta de sua infelicidade, e tenta resgatar as filhas da desgraça silenciosa, cada vez mais difícil de escapar. Com o tempo, tudo vai se encaminhando não exatamente para um desfecho ou uma "cura", mas para possibilidades que se abrem. É com a maturidade que elas se dão conta de que é preciso superar o passado.
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Sinfonia em branco é daqueles livros que merecem ser apreciados com cuidado.
Com uma prosa envolvente que parece abraçar cada palavra, Adriana Lisboa presenteia-nos com a história de Clarice e Maria Inês, duas irmãs cujas vidas se desenrolam nas páginas deste romance.
Um dia, o esquecimento. Um dia, o futuro.
As irmãs, marcadas pela vida de formas distintas, enfrentam a árdua tarefa de superar um passado sombrio.
Nocturno em preto e ouro, Nocturno em azul e verde, Harmonia em violeta e amarelo. Sinfonia em branco.
E nós, leitores, somos convidados a testemunhar esse processo delicado. A jornada é dolorosa, os detalhes são revelados aos poucos, como migalhas que nos guiam por entre o caminho das personagens, mas a beleza transparece através das palavras bem trabalhadas e da abordagem sensível de Adriana Lisboa.
O silêncio pesava, carregado de um milhão de significados proibidos.
Não é apenas um livro; é um convite para sentir, refletir e deixar-se envolver por uma melodia de emoções.
A pedreira estava adormecida e as borboletas multicoloridas também.