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Gabriel García Márquez – Prémio Nobel da Literatura, 1982
“pelos seus romances e contos, em que o fantástico e o real se combinam num mundo densamente composto pela imaginação, reflectindo a vida e os conflitos de um continente.”
É sempre bom regressar à escrita de Gabo.
Ninguém escreve ao Coronel foi escrito durante o seu exílio em Paris, no fim dos anos 50.
A história é simples, um Coronel reformado, a sua esposa asmática e um galo lutam pela sobrevivência enquanto os seus poucos bens vão desaparecendo.
O Coronel aguarda há quinze anos que a pensão prometida pelo governo chegue. Tinha participado na «revolução», ao lado Aureliano Buendía.
- Com quem falas - perguntou a mulher.- Com o inglês disfarçado de tigre que apareceu no acampamento do coronel Aureliano Buendía - respondeu o coronel.
Vivem na mais profunda miséria.
O coronel destapou a caixa do café e verificou que não havia mais que uma colherinha. Tirou a panela do fogão, despejou metade da água no chão de terra, e com uma faca raspou o interior da caixa para dentro da panela até se soltarem as últimas raspas de pó de café misturadas com ferrugem da lata.
Há noites em que vão para a cama com fome, mas mesmo assim insistem em alimentar o galo, herança do falecido filho - Agustín.
Já várias vezes pus pedras a ferver para que os vizinhos não saibam que passamos muitos dias sem fazer comida.
Enquanto o Coronel tem o sonho de ganhar dinheiro com as lutas de galos, a mulher é mais pragmática.
- As ilusões não se comem - respondeu ela.- Não se comem, mas alimentam - retorquiu o coronel.
Um livro curto cheio de criticas sociais e políticas, mas também com muita ironia e humor à mistura.
Só não há mais estrelas pq é curto, mas o talento descritivo está na espera, nos coadjuvantes, no coronel sem nome mas tão humano, até no galo.