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Esta era uma das leituras que eu mais queria fazer desde que vi o livro; havia qualquer coisa que me chamava, mas que eu não conseguia explicar bem. Além disso, enquanto apaixonada pela cultura japonesa, aficionada por Murakami, eu queria que 2021 tivesse mais autores da terra do sol nascente.
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O compasso inicial fez-me hesitar um pouco — o autor tem um estilo peculiar de escrever e de apresentar os personagens — mas depois de avançar um pouco... uau! O primeiro conto foi o mais paradito e, na minha opinião, o menos interessante. Mas a partir do segundo... uau!
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É daqueles livros que são subtis na forma como nos tocam. Em que nós esperamos uma coisa e eles dão-nos outra. Neste caso, eu esperava algo mais político, mais filosófico, onde o próprio autor se perdesse em reflexões. Mas Kawaguchi fez melhor que isso, e uma das coisas mais difíceis que um autor consegue fazer: pôr o leitor a pensar por ele.
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Apesar do omnipresente elemento do fantástico — afinal de contas, este livro gira em redor de um café que permite viajar no tempo —, este livro não é sobre viagens no tempo. Eu sei! Mas não desistam de mim ainda. Este livro é sobre relações humanas. Sobre amar e ser amado, sobre linguagens de amor, sobre sacrifícios e gestos.
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Fico feliz de ter apostado neste autor mesmo que não soubesse fosse o que fosse sobre ele. Porque gostei do nome, gostei da capa, e gostei da nacionalidade dele, ganhei um livro incrível que definitivamente ficará no meu Top5 no final do ano.
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