Depois de Manual para mulheres de limpeza , chegam novas histórias de Lucia Berlin, uma das mais importantes redescobertas literárias dos últimos anos. Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura Plano Nacional de Leitura Literatura - Maiores de 18 anos Há um par de anos, o panorama literário mundial foi sacudido por uma colectânea de contos de uma escritora desaparecida e quase esquecida. Era Manual para mulheres de limpeza. A autora, Lucia Berlin, conquistou então o lugar que justamente lhe deveria ter pertencido antes: colocando-se entre os favoritos da crítica e dos leitores e ganhando comparações a Raymond Carver, Alice Munro, Anton Chekhov, Charles Bukowski. A singular capacidade de Berlin para representar a beleza e a dor da rotina, a sua desarmante honestidade, o seu irresistível magnetismo, a sua subtil mas inquietante melancolia, as suas personagens tão próximas da vida. Tudo isto se encontra com grande intensidade em Anoitecer no paraíso, uma colectânea que é um deleite para os todos os leitores que se apaixonaram por Lucia Berlin ou um convite aos que ainda não o fizeram. Do Texas ao Chile, do México a Nova Iorque, Lucia Berlin vislumbra beleza nos lugares mais sombrios e pressente escuridão quando tudo parece ser cristalino. Volume indispensável da obra de Lucia Berlin, Anoitecer no paraíso foi preparado pelo filho da autora, e está recheado de pequenos tesouros da literatura, inéditos em português. Os elogios da crítica: «Não fica em nada atrás de Manual para mulheres de limpeza. São histórias sedutoras, fulgurantes, histórias muito próximas da vida da autora, nas personagens, nos lugares e nas situações, inspiradas pela sua biografia atribulada. (#) Nenhum autor desaparecido ganha tanta vida na página como Berlin: divertida, negra, e tão apaixonada pelo mundo.» Kirkus Reviews «Não há sentidos nem emoções em sossego quando se lê Lucia Berlin. (...) Tudo é acção, tumulto, respiração a todos os ritmos na escrita desta mulher nómada que morreu demasiado longe do lugar onde merecia estar quando se fala de literatura.» Isabel Lucas, Público «Lucia Berlin ergueu-se com este livro ao Olimpo das letras americanas. (...) Para Lucia Berlin, a vida é como é, e ela conta-a com crueza e nitidez, com observações atentas, inusitadas, minúcias que não se inventam, e uma linguagem conversada, inesperada, natural.» Pedro Mexia, Expresso «Ser comparada a escritores como Raymond Carver ou Tchékhov é um elogio e sinaldo talento de Berlin, mas ela é única e, em alguns momentos, superior a qualquer um deles.» Helena Carneiro, Observador «As histórias de Lucia Berlin fazem-nos ficar maravilhados perante as contingências da nossa existência.» The New York Times «Uma força literária única e avassaladora.» Booklist «Lucia Berlin pode ser a melhor escritora de sempre.» Publishers Weekly «Quem ainda não teve a sorte de conhecer a escrita de Lucia Berlin que se prepare para um prazer extraordinário.» The Washington Post
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Há pessoas que, quando morrem, simplesmente se desvanecem, como pedrinhas num charco. O dia-a-dia continua tal como antes. Há outras que morrem mas permanecem durante muito tempo (...) por o seu espírito, simplesmente, não querer partir (...)
Lucia Berlin (1936-2004) publicou 76 contos durante a sua vida.
Li 43 no Manual para mulheres de limpeza, e agora mais 22 neste Anoitecer no Paraíso.
Ficam a faltar 11 contos, tenho que descobrir quais são!
Assim como em Manual para mulheres de limpeza, não há em Anoitecer no Paraíso um único conto que não seja bonito.
É um livro cheio de histórias comoventes sobre vidas à margem, em locais tão diferentes como Texas, Chile, Novo México, Nova Iorque, Califórnia e Colorado.
Há descrições maravilhosas, como em Por Vezes, no Verão
Abrimos os olhos para o límpido céu do Texas. Estrelas. O céu estava cheio de estrelas, e era como se houvesse tantas que algumas saltavam da berma, transbordando para a noite. Dúzias, centenas, milhões de estrelas cadentes, até finalmente um farrapo de nuvem as ocultar e, suavemente, outras nuvens cobrirem o céu sobre nós.
momentos de humor, como em Noël, Texas, 1956
Já sei que o Tyler anda a dormir com aquela secretariazinha foleira que ele tem, a Kate. Bom, N.Q.N.S. O que significa: não quero nem saber. Assim, ao menos deixa de vir saltar e bufar para cima de mim.
Lucia Berlim tinha uma linguagem exuberante e viva, as histórias são alternadamente cómicas e trágicas, sendo a única coisa em comum o imenso amor de Berlim pelas suas personagens, mesmo aquelas que não são simpáticas. Tal como em Manual para Mulheres de Limpeza várias histórias têm referências literárias – Turgenev, Walt Whitman, Thomas Hardy -, e musicais - Coltrane, Davis, e Parker.
Gostei muito!