A literatura encarcerada

A literatura encarcerada

Ao refletir sobre autores e suas produções literárias na prisão, Queiroz elabora uma série de estudos sobre a literatura do cárcere. Nesse projeto, a escritora se detém no estudo de autores que "em prisão de corpos", se encarregam de criar "subterfúgios de liberdade" por intermédio da literatura. De uma galeria quase macabra, a escritora analisa memórias, cartas, confissões, libelos, denúncias e manifestos, avalia que tais documentos esbarras em censura, em sigilo e em questões de segurança nacional, o que acaba por não conceder a seus escritores a palavra. Além de grifar a fortaleza do espírito humano, esses documentos introduzem o leitor no território da Justiça e do Direito. A literatura do cárcere permite, pois, um olhar sobre a realidade, via ficção. É assim que, arando campos interdisciplinares, Queiroz busca criar um vínculo entre a produção do artista e o seu lugar na sociedade. Um encadeamento parece, então, ser traçado entre autores: cria-se uma relação, aparentemente díspar, por exemplo, entre os escritos bíblicos de Paulo de Tarso e as memórias de Graciliano Ramos. A inteligência como capacidade de adaptação às circunstância marca esses "habitantes de aquários", essas "aranhas fechadas num frasco", presos em "sarcófagos de cimento e ferro" e em "submarinos em expedição".


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