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See all“The Wheel weaves as the Wheel wills, and we are only the thread of the Pattern.”, com essa frase Robert Jordan me manteve agarrado ao livro mesmo quando todos os clichés de fantasias épicas foram aproveitados e a esperança de um plot-twist decente foi por por água abaixo junto com o balde em cima da porta. Mas não adianta, assim como eu irei rir muito ao ver alguém caindo no velho trote eu não consigo resistir a deliciosa lenda do herói (ou da princesa).
O Olho do Mundo é o primeiro de 14 livros da épica história da Roda do Tempo e eu fico mais tranquilo por dois motivos, o primeiro é que os últimos 3 são escritos por Brandon Sanderson e isso já garante no mínimo um bom fechamento. O segundo é que acho pouco provável que Jordan tenha conseguido repetir a lenda durante todas as outras obras e fatalmente eu terei algum tipo de novidade pela frente. Pena que os nomes e aparência são mais difíceis de mudar. Troll+Orcs = Trollocs?, Myrddraal são lideres do mal supremo, usam uma capa negra que cobre o rosto e dominam seus adversários através do medo, sério Jordan, sério? Parece que alguém andou tendo pesadelos com Nazgûls quando criança.
Mas a lenda vence no final. A óbvia releitura não atrapalhou minha experiência ao ponto de me cegar para a densa mitologia da Roda do Tempo e sua concepção do tempo sendo algo cíclico. Onde tudo que houve será novamente mas com tamanha distancia entre si que eras anteriores serão esquecidas antes de voltar ao mesmo ponto. Talvez minha paixão por essa história venha da minha constante tentativa de sair dos trilhos do comodismo para o êxtase do inesperado, vai saber.
Eu sou sempre cativado por gigantes gentis e os Ogiers são a encarnação de carisma, cultuam o conhecimento e a paz, exímios construtores e possuem o amor as florestas digno de um Ent assim como sua ira ao descobri-las destruídas. Resumindo, são uma massarocada de elfos, anões e ents em um corpo de 3 metros de altura, narizes de batata e sobrancelhas trançadas. Carisma de sobra para 14 livros.
Mas o que sobra em um, falta nos outros. O nosso protagonista, Rand, é tosco. No sentido literal eu quero dizer, é um personagem que só existe para reagir a um universo que se molda a sua volta mas não agrega nada de interessante com exceção da sua origem, que digamos de passagem é um mérito muito maior de seu pai, Tam al'Thor, do que do adolescente mané.
Os problemas que encontrei poderão ser solucionados com o próprio amadurecimento da história e os pontos fortes, se a Roda tecer como espero que teça, irão tornar esta uma das minhas séries favoritas provando que mesmo apenas um fio pode brilhar ou arruinar todo um padrão.