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Suor, sangue, lágrimas, saliva, sémen. Tudo flui sem parar. Lucy é a prostituta mais concorrida da cidade. Dalva, por contraste, é de origem familiar e muito tradicional, mulher de Venâncio, senhor de uns ciúmes doentios. Lucy e o casal, Dalva e Venâncio, protagonizam um triângulo amoroso que se afasta dos lugares-comuns dos romances e nos faz questionar, sob formas surpreendentemente originais, quais os verdadeiros limites do perdão, até onde pode ir a intensidade de um amor, de que valores se reveste a importância da família e, acima de qualquer outra coisa nesta história, quão forte ou fraca pode ser a afeição entre mulheres. Neste seu impressionante primeiro livro, a escritora brasileira Carla Madeira socorre-se de uma linguagem sem pudores ou complexos, com uma narrativa madura, mas ao mesmo tempo poética e imagética; e dessa forma incorpora todos os extremos, sem ideias básicas de certo e errado, apresentando-nos o extraordinário mundo de mulheres fortes, fracas, com problemas e soluções, com sentimentos e desejos reais.
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No podcast Daria um Livro há uma entrevista com a escritora Martha Medeiros em que lá pelas tantas ela aconselha alguns escritores brasileiros, Paulo Scott, José Falero e Carla Madeira. Decidi começar pela Carla Madeira.
Com uma escrita envolvente CM conta-nos a história do casal Dalva e Venâncio e de Lucy, a prostituta mais despudorada da cidade. Uma história onde se entrelaçam paixões, violência, conflitos, remorsos e perdão. A realidade é dura e crua, e muitas vezes só pondo o dedo na ferida e escarafunchando é que se provocam discussões e se derrubam tabus.
Quanto ao final da história, odiei! Mas, não serão estes finais mais comuns do que gostaríamos?
Você pede perdão, e o perdão faz o que por todos nós? Faz esquecer? Faz cicatrizar as feridas de Bambu? Você acha que o perdão pode apagar o medo e a solidão que Dalva sentiu, fazer ela desver o que viu? O perdão não muda o passado, nunca se esqueça disso, meu filho. O passado é eterno.(...)O perdão faz o quê? Faz o quê? O amor estava perdido, com ou sem perdão, nunca mais o amor de antes. Sangrava uma hemorragia de amputação. Nenhum castigo seria maior do que esse.
Estuve 30 minutos diciendo "chale" despúes de terminar el libro. Tiene un lenguaje muy aterrizado, no es rebuscado ni sobredescriptivo, es simple pero no por eso menos profundo. La autora muestra los matices grises de todos los personajes y la narración lo hace a uno perder y luego recuperar la fé en la humanidad. Chale.