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"At last, a new translation of Machado's masterpiece that is complete (unlike Scott-Buccleuch's 1992 version - see HLAS 54:5078 - which omitted key chapters) and highly readable. Gledson produces a much-needed, graceful and accurate translation, attentive to Machado's tone and rhythms. Hansen's Afterword is excellent"--Handbook of Latin American Studies, v. 58.
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Acho que essa foi a primeira vez que reli Dom Casmurro. Li pela primeira vez há, o quê, dez anos, e sempre trouxe comigo a memória de que é muito bom, excelente. Bom, pois é, é muito bom. É realmente excelente.
Lá pra alguma parte eu me peguei pensando sobre o conceito moderno de spoiler e sobre como a história de Dom Casmurro me parece melhor na releitura, sabendo o que acontece e percebendo as dicas enfiadas no texto. Mesmo pego no meio de uma ressaca braba de leitura, fui reparando na construção da trama como não consegui — ou não lembro de ter conseguido — fazer da primeira vez. O comentário do pai da Sancha sobre a semelhança entre a Capitu e sua falecida esposa é genial.
Ah! E Escobar.
Eu amo o Escobar.
(Texto escrito no dia 03/07/21; postado no Instagram.) # TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Traiu ou não traiu?” É a pergunta que nos é proposta antes mesmo de sabermos o conteúdo do livro. Essa pergunta chega a transcender a própria leitura do livro, visto que até quem não o leu já sabe que quando alguém pergunta isso, está se referindo à Dom Casmurro.
Mas por quê?
No geral, nossa geração (eu incluso), pouco acostumada com uma leitura elevada, não consegue compreender que a questão principal do livro NÃO é se Capitu traiu ou não.
Acredite se quiser, mas Dom Casmurro não é um texto do Wattpad. Não é série da Netflix.
Não temos como provar nenhum dos lados — nem de Bento, nem de Capitu. Perguntar sobre a veracidade da traição é inútil. O que eu pude entender, depois de refletir bastante sobre esses princípios, é que tomar a dor de algum dos personagens te cega para a real intenção do autor.
Um homem que tomou decisões extremas, baseado em princípios (não) confiáveis. Sua narrativa busca reforçar os motivos de suas decisões, pois ele mesmo se nega a pensar na possibilidade de ter agido como agiu por nada. Um verdadeiro casmurro.
O que eu compreendo, é que o livro não é sobre uma traição, é sobre o psicológico de um homem que nunca poderá saber se Capitu traiu ou não traiu.
Como é um dos clássicos da literatura brasileira resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre o autor. Para além da Wikipédia que traz um artigo interessante também visitei o site do Governo Brasileiro sobre o autor, e que disponibiliza a totalidade das obras em PDF.A minha edição, brasileira, traz imensas notas de apoio à leitura o que auxilia, e muito, a leitura e contextualização de certas referências. É uma pena que a letra seja tão pequenininha e a diagramação não seja das melhores. No final, um resumo da vida e obra do autor com apresentação de várias fotografias. Escrito na primeira pessoa, Bento Santiago (Bentinho) a.k.a. Dom Casmurro é o narrador da história e apenas nos dá o seu lado dos acontecimentos. O seu objectivo é “(...) unir as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência”. É um livro aberto, e Machado de Assis passa para nós leitores a missão de tirarmos as nossas próprias conclusões, e decidir no seu final se há ou não traição. Embora seja esta a maior questão do livro há outros aspectos também bastantes interessantes no livro.As personagens estão muito bem desenvolvidas e caracterizadas. Capitu é uma criança/adolescente/mulher muito forte, cheia de personalidade e inteligente. Bento Santiago é uma personagem difícil de engolir, um fraco, sem auto-estima, insignificante, frouxo (valha-me Deus que personagem chata). Escobar, o melhor amigo de Bentinho, é tal como Capitu, forte, decidido, inteligente, ambicioso e astuto. Terei sido só eu que achou que aquela amizade entre os dois poderia ser algo mais?Os ciúmes de Bentinho começam lá na infância, e vão crescendo até chegar à vida adulta, e atingirem proporções de tragédia Shakespeariana. “Capitu ria alto, falava alto, como se me avisasse; eu continuava surdo, a sós comigo e o meu desprezo. A vontade que me dava era cravar as unhas no pescoço, enterrá-las bem, até ver-lhe sair a vida com o sangue...”.O mais fantástico nesta obra é que Machado de Assis continuamente nos suscita dúvidas, e nós vamos construindo a nossa opinião.É curioso que desde a sua publicação e até aos anos 60 esta obra foi sempre lida como um romance de adultério. Depois da publicação de [b:O Otelo Brasileiro de Machado de Assis 33916883 O Otelo Brasileiro de Machado de Assis Helen Caldwell https://images.gr-assets.com/books/1484762134s/33916883.jpg 19228295] de [a:Helen Caldwell 69924 Helen Caldwell https://s.gr-assets.com/assets/nophoto/user/u_50x66-632230dc9882b4352d753eedf9396530.png] é que a opinião foi mudando.
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