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A pobreza assola Raskólnikov,que precisa pagar os estudos e o aluguel de onde mora.Orgulhoso, acredita que é inteligente o suficiente para planejar um crime perfeito,julgando que seu bom motivo e futuro promissor justificariam o ato. Os limites da moralidade comum também o atingem e ele é sentenciado. A culpa o acompanha na jornada em busca de redenção e boas perspectivas.Dostoiévski traz a psicologia criminal para este romance,abordando moralidade e a margem da dignidade nas ruas das cidades.
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É a 2ª vez que leio este clássico e só posso voltar a dar-lhe 5*. É sem dúvida uma obra-prima!
É uma leitura lenta, que nos obriga em muitos momentos a parar para reflectir.
É um retrato mordaz da sociedade da época. Cidades imundas, onde abundam os pobres e prostitutas, onde as instituições públicas não funcionam, onde a miséria humana é explorada ao mais alto grau.
Durante todo o romance existe a luta entre o bem e o mal, o ter e não ter, o ganhar e perder, o eu e os outros, que divide a mente, o que faz com que Raskolnikov sucumba ao dualismo. A crise de consciência que se abate sobre ele, que quase o leva à loucura enquanto consumido por uma tortura interior, chega a ser angustiante.
As conversas que Raskolnikov tem com o detective responsável pelo apuramento dos crimes, Porfiry Petrovich, são um tratado filosófico sobre o valor da vida humana.
É interessante verificar que Raskolnikov nunca se arrepende de ter cometido os crimes e que consegue sempre arranjar justificações para tal acto. Aliás, o próprio Raskolnikov quando fala com o comissário dá o exemplo daquilo a que ele chama as pessoas vulgares – gente normal - e as pessoas invulgares – às quais não se aplica a lei e que podem por si só mudar uma sociedade.
As personagens foram desenvolvidas na perfeição por Dostoyevsky que as criou todas tão diferentes umas das outras, mas com alguns pontos em comum como as fortes personalidades e a coragem que são características transversais a todas elas. São também elas uma ferramenta para a crítica que é feita à sociedade russa – gente miserável, louca, sem consciência e má.