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Finalmente terminado. Há tanta coisa que eu não gosto neste livro que nem sei onde começar.
Nada a apontar em relação à escrita ou prosa. E por isso talvez merecesse 2 estrelas. Só que 1 estrela significa que não gostei e é isso o que sinto ao terminar este romance.
O livro parecia interessante, principalmente por ser um romance epistolar mas rapidamente perdi o interesse quando percebi que a perspectiva da correspondência era unilateral. E o personagem principal, o autor da maioria das cartas é um tipo tão beto, urbano e chato que incomoda. Um verdadeiro hipster. Ai que coisinha tão lamechas-pseudo-intelectual que acabei de ler. A sério, com tantas opiniões positivas de certeza que o problema com este livro fui eu mas achei-o um autêntico Margarida Rebelo Pinto no masculino.
Depois a temática: uma tragédia acontece e alguém “foge do mundo” para fazer o luto. É tão banal e desinteressante que nem sei explicar. Se tivesse sido escrito por uma mulher teria sido imediatamente rotulado de “livro de gaja” mas como o autor é um homem é “opá, aqui está uma análise profunda sobre a dor e a perda e o recuperar o amor à vida.” Balelas! Há outras cartas, escritas por outros personagens, que soam todas ao mesmo. A voz do personagem não muda e isso significa, que por muito boa que seja a ortografia e gramática do autor, falta de talento. Esta é a minha opinião.
Podia ter desistido da leitura aos 30%, momento em que percebi os mistérios que a história continha mas continuei por teimosia e vontade de estar errada. Desejei que, de alguma forma, a história ia dar a volta e surpreender, largar o marasmo e ladainha em que tive enfiada durante mais de 200 páginas e dizer-me: “Vês?! Valeu a pena apostares num autor português desconhecido!”. Só que isso não aconteceu.
Aliás, não deixei esta opinião em bruto como estava ontem, que escrevi quando terminei de o ler, porque acho que, apesar da nota negativa merecia uma opinião mais construtiva e menos impulsiva. Além disso a comunidade do Goodreads é uma aldeia e antes que esta estrela vire polémica, decidi elaborar um pouco mais nos “porquês”. Assim, após reflectir um pouco sobre o assunto percebi que:
- Poderá ter sido o livro errado para o momento que estou agora a viver, que é feliz e excitante e longe de tristezas de mortes e outras perdas.
- Porque não acredito em fugir do mundo. Fugir dos amigos, da família, dos deveres. Acredito sim na incapacidade em lidar com eles naquele momento mas não na fuga como uma espécie cura.
- Porque foi uma fuga descomplicada: Uma pessoa com uma profissão de horários flexíveis e vida boémia, com dinheiro no banco, sem necessidade de regressar. Demasiado bom para ser verdade.
- Porque glorifica a vida boémia e demonstra um certo desprezo pelas profissões mais convencionais. Eu desprezo quem pensa assim. Não gosto, não entendo, não quero saber.
- Porque todos os envolvidos eram demasiado bons, principalmente o protagonista. Onde está o conflito, a raiva, o medo, o quebrar e revoltar-se contra a vida, contra o mundo, odiar tudo e todos e a sim mesmo também? Preferia mil vezes ter lido isso. Porque é no conflito e na resolução do mesmo que se constroem boas histórias. Mas pronto, lá está: isto nem foi bem uma história, foi apenas um narrar de eventos.